terça-feira, 18 de setembro de 2007

POVO SANTO E POVO DE SANTO

Por: Ulisses Passos. Acadêmico de Direito, Pan-Africanista e Presidente do CNNC/BA. Pseudônimo: Aswad Simba Foluke

Esta foi uma frase da reportagem “Mesmo contrariado, movimento negro se aproxima dos evangélicos” que saiu no blog do “O cronista”, http://www.ocronista.net/18027/18090.html relatando a questão dos evangélicos pretos e os seguidores de candomblé. Hoje o jornal “A Tarde” da Bahia publicou no caderno dez, uma reportagem que tem sob o título: Jesus negão, sangue bão, de autoria do jornalista Danilo Fraga, que não colocou no caderno a integra das respostas enviadas pela diretoria do CNNC-BA, que é composta por jovens pan-africanistas, afrocentrados e defensores do cristianismo de matriz africana. O artigo que o jornalista Danilo Fraga escreveu não retrata a verdade do CNNC e será de bom grado que a real reportagem seja publicada no caderno dez.
Na análise do discurso dessas duas reportagens feitas sobre o CNNC, demonstra a perplexidade que se situa as duas matérias expostas.
O CNNC (Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos) sendo a única organização pan-africanista do Brasil defende o amor e compreensão a todos os africanos e seus descendentes na diáspora, independente de sua prática religiosa. Nós amamos os irmãos e irmãs pretas do candomblé, do catolicismo, espíritas, agnósticos, seguindo o exemplo do nosso Mestre Yeshua ( Jesus Cristo) que ama a toda a humanidade. Amar não significa que temos a mesma prática religiosa, temos as nossas diferenças conceituais no que tange a adoração e a fé. Temos o direito de adorar a Senhor de todos os senhores a nossa maneira
O CNNC acredita no pan-africanismo e não no ecumenismo religioso. O ponto que nos une aos seguidores de outras VERTENTES RELIGIOSAS É A MESMA ANCESTRALIDADE, somos membros da mesma família africana, que na diáspora seguimos caminhos religiosos diferentes, mas, estamos na mesma “barca”, saímos da mesma “barca”, no mesmo momento, e, por isso somos irmãos e irmãs na diáspora. Não podemos nos deixar enganar pelas táticas divisionárias do poder branco, que ainda tenta nos dividir, objetivando manter o controle político com a nossa divisão. Quem ganha no acirramento e na divisão do nosso povo?
Os jovens do CNNC não serão instrumentos do racismo contra o nosso povo e nem entrarão nos ventos divisionários de pessoas que não compreendem o pan-africanismo em toda a sua essência.
Pela afirmação do CNNC que o Cristianismo é de matriz africana, trouxe uma nova reflexão para os estudos históricos, sociológicos, políticos e religiosos. Não há como contestar ESSA AFIRMAÇÃO, não há contra-resposta. Quando afirmamos que Yeshua foi um homem preto e pan-africanista, afirmamos que houve uma apropriação do cristianismo pelos europeus, culminando no catolicismo romano, o qual afirma que a igreja foi fundada em Roma, portanto, cria-se até dentro das pastorais negras da igreja católica, um desafio: A essência do cristianismo é africano e não romano, sendo assim, a nossa proposta é veementemente verdadeira e resgata a história do povo preto dentro da Afro - Ásia.
Atualmente o CNNC-BA tem sido um embaixador de Yeshua. Em todas as reuniões que participamos do Movimento Negro mostramos que somos jovens atuantes, conscientes e engajados nas lutas do nosso povo e o racismo discrimina sem perguntar religião. Nós estamos de mãos dadas com todos os irmãos e irmãs pretas nas lutas pelos direitos civis seja esse irmão de qualquer opção de fé, por isso afirmamos que somos panafricanistas.

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