quarta-feira, 27 de maio de 2009

HARAPPA E MONHEJO–DARO – CIVILIZAÇÃO PRETA DO VALE DO INDO

Por Walter Passos, historiador, teólogo e membro da COPATZION (Comunidade Pan-Africanista de Tzion). Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br
Skype: lindoebano

É abissal e crítico o desconhecimento da afrocentricidade entre os estudiosos de história. A maioria dos leitores do artigo anterior ficou espantada e em alguns fóruns fui chamado de insano, confesso fiquei feliz por ter a oportunidade de trazer a algumas pessoas o questionamento sobre a história afro global. Um membro da comunidade de Budismo, neste fórum disse que os pretos agora iriam pedir cotas para o Nirvana e outro em uma comunidade de estudante de história afirmou que os pretos não têm mais o que inventar. Discorrer sobre o Buda Preto foi mexer no vespeiro do eurocentricismo e fazer com que pessoas seguidoras do budismo pudessem demonstrar que a verdade de acreditarem em uma filosofia não branca os afeta profundamente apesar de não se declararem racistas. A incongruência é visível: Dizem que acreditam na igualdade entre os seres humanos e a importância da cor da pele nada significa, mas, seguir filosofias fundadas por pretos é inconcebível.
A ciência da história está acima dos desejos do que pensamos ou do que queremos.
A História das civilizações primevas remonta a única raiz: os povos pretos e suas migrações no planeta. Entender e ensinar história permeia-se no conhecimento dos povos originais como base da evolução da humanidade.
A história civilizatória no Vale do Indo remonta a milhares de anos com a população preta dos dravidianos que fundaram a desenvolvida civilização das cidades de Harappa e Mohenjo-Daro (Colina dos Mortos) aproximadamente em 2200 a.C, seu sitio arqueológico começou a ser estudado somente em 1920 na província de Sind no Paquistão. Foram as primeiras cidades urbanizadas do planeta, contemporâneas ao antigo Kemeth e civilizações mesopotâmicas como a dos sumerianos; com uma extensão territorial maior e ainda desconhecida. Esta civilização ainda está em fase das escavações dos sítios arqueológicos e podendo superar a civilização de Khemet em algumas áreas de conhecimento e tecnologia. Os arqueólogos descobriram na Índia e no Paquistão mais de mil sítios arqueológicos pertencentes ao que hoje chamamos de civilização do Indo, ou de Harappa.
Os sítios arqueológicos, cuja maior parte apresenta uma superfície entre 80 ares e dois hectares, estão espalhados por uma área de 780 mil quilômetros quadrados, ou seja, duas vezes maior que o território da antiga Suméria. Nenhuma civilização da idade do bronze possuía área de influência geográfica tão extensa.
URBANIZAÇÃO:
É considerada a maior das civilizações urbanizadas da antiguidade, superando Khemet, Mesopotâmia e a China. O planejamento urbano foi muito desenvolvido milhares de anos antes do urbanismo do Império Romano. São consideradas Harappa e Monhejo-Daro as cidades mais antigas em planejamento urbano do planeta.
Monhejo-Daro possuía grandes artérias, orientadas na direção norte-sul, com cerca de dez metros de largura, cruzavam em ângulo reto, a cada 200 metros, com ruas que seguiam a direção leste-oeste. Esse traçado dividia a metrópole em quadriláteros, no interior dos quais havia um emaranhado de ruelas sem plano preciso, com larguras variando entre um metro e meio e três metros.
Harappa, que também ostentava uma planificação igualmente avançada, foi construída com um conjunto de pequenas elevações, dominado por uma cidadela, e um quadrilátero de avenidas orientadas na direção norte-sul, delimitando amplos bairros.
As ruas foram matematicamente construídas em forma de cruzamento no sentido norte sul, verdadeiros bulevares, com lojas e restaurantes. Havia poços públicos e sistemas de esgotos e coletores de lixo.
Houve uma preocupação com os trabalhadores e criaram bairros operários para melhorar o seu bem-estar.
A população dessas cidades possuía cabelos crespos, lábios carnudos e narizes largos.

O historiador grego Diodurus Siculus relaciona essas civilizações parecidas com a civilização da Etiópia e o povo de Harappa identificava Osíris como o seu fundador e, conforme Diodurus Siculus Osíris fundou diversas cidades no Vale da Índia, inclusive Nysa, em memória da cidade de Khemet onde fora educado. Outro escritor grego Apolônio de Tyana visitou a Índia no final do primeiro século e escreveu que os seus habitantes eram colonos da Etiópia. Há um documento latino chamado Alexandria Itenerari escrito em 345 d. C para o Imperador Constantino relatando que a Índia é uma continuidade de povos do Egito e Etiópia. O historiador Eusébio escreveu que no reinado do Faraó Amenofis IV, um grupo de etíopes do vale do Indo se estabeleceu no vale do Nilo.
Como já é de notório saber dos estudiosos da afrocentricidade a yoga é uma criação das civilizações pretas detentoras das práticas de curas possibilitadas através da melanina condutora da espiritualidade. Imagino neste momento como ficam os defensores do eurocentrismo. Quais serão os seus argumentos e ataques as provas históricas e arqueológicas? Serão que deixarão de praticar a yoga? A yoga era praticada nesta civilização como também no antigo Khemet (Egito), sendo este o próximo tema deste blogger.
Foi descoberta uma piscina de banho público com águas aquecidas em Monhejo-Daro. A escrita de Harappa ainda não foi decifrada e quando forem descobertos novos escritos grandes revelações surgirão dessa majestosa civilização preta.
Desenvolveram grande tecnologia na produção de alimentos com técnicas avançadas de irrigação e aproveitamento da terra com a plantação do trigo, milho, cevada, ervilhas, gergelim, arroz, cebola, algodão e armazenamento de milhares de toneladas de cereais.
A engenharia naval foi proeminente com navios feitos com teca uma madeira resistente e apropriada que possibilitou a escoação comercial dos produtos tendo uma administração central representada por autoridades religiosas. O comércio exterior atingia toda a região da Mesopotâmia, antes da invasão dos gregos chamada de Terra dos Etíopes, Irã, Ásia Central e possivelmente a regiões da África chegando a Khemet, recebendo como pagamento metais preciosos, possuindo pesos e medidas padronizadas, usavam vinte e um pesos.
Conheciam a mineração e a fundição, pois trabalhavam o ferro, o bronze, o ouro, pedras preciosas e semipreciosas como o lápis, ágata, pérola, cornalina, madrepérola, lápis-lazúli e turquesa foram encontrados sinetes de estealite e outros metais. Foram grandes ceramistas na produção de telhas e vitrais.
A produção dos oleiros através de suas oficinas descobertas deixa os arqueólogos boquiabertos, além de terem usados tinturarias e trabalhado no artesanato de contas.
Os artesãos produziam figuras de elefantes, tigres, crocodilos e diversas pessoas em posição de yoga, fato este já relatado.

Tigre em terracota

Os meios de transportes usavam os bois puxando carroças com rodas de madeira.
Esta poderosa civilização preta foi de uma índole pacifista e de grande sensibilidade espiritual e contemplativa possivelmente sem a existência de classes sociais, que leva aos graves conflitos na sociedade.
Não foram encontrados grandes monumentos louvando os poderosos como grandes palácios, templos, túmulos com tesouros. A eles é denotado o surgimento da religião jainista que prega a paz entre os seguidores e a o respeito profundo pela natureza. Os grandes líderes do jainismo foram homens pretos, inclusive o vigésimo terceiro líder janista é retratado com uma aparência negro-azulada de exemplar beleza.
Além da yoga é destacada a criação do jogo de xadrez, a preocupação e dedicação a infância com a fabricação de brinquedos para as crianças.

E similares a esses carrinhos ainda hoje são usados em áreas rurais do Paquistão e da Índia.
Muito ainda poderíamos escrever sobre estas civilizações, mas, estamos em um blogger e os textos não devem ser cansativos.
Concluindo, estas civilizações do Vale do Indo ainda estão em fase de descobertas e escavações dos sítios arqueológicos. É importante ressaltar que esta civilização existiu antes da invasão dos arianos que impuseram o sânscrito como língua oficial e, hoje os seus descendentes tentam negar a pretitude das civilizações do Vale do Indo e dizem que foram eles os habitantes autóctones da região. Mas, não podem destruir todos os achados em terracota e não poderão deformar a história.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

BUDA NEGRO

Por Walter Passos, historiador, teólogo e membro da COPATZION (Comunidade Pan-Africanista de Tzion). Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br
Skype: lindoebano


Sempre reitero de que os estudos da afrocentricidade são primordiais para o entendimento da diáspora afro global que é desconhecida da maioria da população dentro e fora do continente africano. Os ensinamentos e discussões sobre a história do nosso povo são tendenciosos objetivando negar legados importantíssimos. Muitos afrocentrados trabalham isoladamente por não concordarem com a história eurocentrada e reducionista ensinada pelos doutores da história que formam meros repetidores da concepção européia sobre as civilizações originais, e nesta caminhada muitos africanos e afro-diásporicos das mais renomadas escolas se tornaram defensores.
Um dos graves desconhecimentos é sobre a história preta da Ásia oriunda das migrações de africanos que povoaram o planeta, e não conhecer essas migrações torna-se difícil comentar sobre o Budismo.

Fotos de Mulheres de Orissa no nordeste da Índia. Observe o vestido, brincos e o olhar como mulheres africanas etíopes.
Discordo como professores de história da África tentam “exformar” os estudantes com suas experiências educativas não baseadas na afrocentricidade, veiculando informações do seu próprio ego e suas crises de africanidade misturadas com a vaidade, os considero detentores do conhecimento “afro-eurocentrado”. A informação é um crescimento interior e dependendo da “exformação” o interior do estudante ficará também deformado.
O budismo é a quarta religião mundial sendo superada pelo cristianismo, islamismo e Hinduísmo, pressupõe que há 365 milhões de praticantes budistas no planeta seguindo linhas diferentes de teologia e prática. É interessante ressaltar da negação de budistas da qualificação de religiosos, dizem-se praticante de uma filosofia não religiosa.
As imagens que vemos de Buda o retratam gordo e não preto e não retratam a verdade histórica. O poder da imagem é fundamental para inserir nas mentes a mentira.

O Buda histórico era da cor do ébano e foi retrato fielmente durante centenas de anos por diversas civilizações asiáticas.
Buda do templo Nara no Japão do ano 770 d.C

Neste artigo simplório não iremos dirimir a doutrina budista, o nosso objetivo, é discorrer resumidamente sobre a origem preta de Buda e de seus seguidores que fundaram o budismo, e como os arianos mudaram a história.



A antiga Índia é citada na bíblia quatro vezes e estava localizada no Vale do Indos e abrangia uma área do rio Oxus no Afeganistão até o Golfo de Bombaim na região meridional da Índia do Sul. Atualmente as regiões que compõem a Índia, Paquistão e Bangladesh eram partes integrantes de uma civilização conhecida por Harappans que floresceu entre 2000 a 1700 a.C. e tinha várias cidades, sendo as mais importantes Harrappan e Mohenjo-daro (Monte dos Mortos), Chanhu-Daro, Kalibagan, Quetta e Lothal. Escreverei sobre essa civilização no próximo assunto deste blogger.

Menina dançarina de Mohenjo-Daro.

A população preta do Vale do Indo foi derrotada por diversas invasões dos arianos (brancos) que deram o nome a região de Aryavarta (terra dos arianos), nos últimos anos diversos escritores brancos escrevem livros e artigos negando qualquer invasão ariana na região e criando um mito de “democracia racial”, de paz e boa convivência entre os arianos e os povos pretos do Vale do Indo até hoje, sendo desmentidos pelos próprios escritos religiosos e históricos.
A Teoria da invasão ariana baseia-se em ruínas que foram descobertas no Vale do Indo, e demonstram como foi interrompida a evolução da Índia e da sua população preta, depois dos ataques arianos. A Índia foi invadida e conquistada por nômades indo-europeus por volta de cerca de 1500-100 a.C. que lutaram contra a “Civilização Dravidiana”.
O povo ariano também criou formas opressivas relatadas nas escrituras arianas védicas, as quais dizem que houve uma guerra entre os poderes da luz (brancos) e da escuridão (povos pretos).
Foi elaborado um sistema hierarquizado denominado Varna que significa cor e instituído pela classe dirigente dos nômades do norte de pele branca que ficaram na parte superior da sociedade hindu e povos de pele preta na parte inferior.
Varnas nos Vedas:
Brâmanes (sacerdotes, professores, sábios) - saíram da boca de Brahma. Essa classe preservou os Vedas por milhares de anos.
Kshatriyas (governantes e guerreiros) - saíram dos braços de Brahma. Ações para o bem comum.
Vaisyas (comerciantes, artesões) - saíram das pernas de Brahma. Ações com interesse pessoal.
Sudras (agricultores, prestadores de serviço) – saíram dos pés de Brahma. Cumprem ordens.
Hoje este código religioso é chamado de sistema de castas. Leia o artigo sobre os dalits.
Conforme os Vedas os que são denominados Sudras (pretos) não possuem clareza mental e capacidade de pensar e decidir, são propensos à inércia e a preguiça por isso precisa de alguém que os comanda, assim é a força braçal da sociedade e cumprem ordens somente. Aquilo que foi citado nos Vedas como Varna com o sentido de qualidade (Gunas), tornou-se Casta (Varna no sentido de cor de pele) ou divisão fixa da sociedade indiana conforme a cor da pele, onde os dominadores (povo Asiático de cor branca) se colocaram no topo das castas obrigando o povo preto a cumprir as regras impostas por eles, usando como critério a cor da pele, sendo o povo invasor asiático de cor branca os privilegiados e distintos da cor negra do povo nativo.
Este povo invasor também criou códigos de leis como as “Leis de Manu” que prescrevem leis favoráveis aos Brâmanes dando-lhes poder absoluto e punições severas as outras castas que não cumprissem as leis. Para os Sudras as punições eram mais severas (como corte da mão ou dos órgãos genitais por roubo ou desejo pela mulher de um Brâmane, chumbo derretido nos ouvidos se ouvisse as escrituras, corte da língua se recitasse, e ser cortado ao meio se guardasse na memória...), verdadeiras torturas eram praticadas com o povo Indiano – Aborígenes ou Nagas e Nishadas e Drávidas membros da civilização do Vale do Indo, as mulheres foram consideradas fonte de discórdia e pecado e as leis prescreviam regras de submissão ao marido e a sociedade. Colocados para fora da sociedade hindu estavam os outros pretos considerados intocáveis ou Pária (fora da casta), que recebiam apenas os serviços que eram considerados impuros ou imundos, geralmente associados com os mortos (homens ou animais) ou com excrementos. Essa dominação dos arianos forçou grande parte da sociedade indiana ao refugio nas florestas e o desenvolvimento de parte dos vedas chamado Aranyakas. Os tantras santras também se desenvolveu em uma sociedade a parte.
As leis de Manu foram instrumento de controle social e manutenção de poder do povo branco invasor sobre a sociedade original preta.
Os documentos, as descobertas arqueológicas e o sistema de castas na Índia corroboram a verdade histórica: Os arianos invadiram a Índia. Realizaram genocídios e criaram o opressivo sistema de castas baseados na cor epitelial.

O BUDA NEGRO
Sidarta Gautama o Buda Shakyamuni nasceu da Rainha Mahamaya e do Rei Shudhodana de Kapilavastu, em aproximadamente 563 antes de Cristo em Lumbini, que é atualmente a divisa entre Índia e Nepal. Era um reino preto de guerreiros e foi treinado nas artes marciais e resistiu à invasão ariana. O Buda da Índia foi um chefe que liderou a primeira guerra contra os arianos seguidores do Bramanismo na Índia e uniu os Sudras (pretos) à quarta casta aos intocáveis.
No ano 800 d.C os lideres brâmanes liderados por Sankara criou um deus preto, chamado Krishna, que era um herói popular para contrapor as idéias pretas budistas.

Os arianos não praticavam budismo que pregava a igualdade, eles odiavam e destruíram universidades budistas, como a universidade de Nalanda, assassinando eruditos professores pretos budistas e o Bramanismo foi substituído pelo Hinduísmo.

O Budismo é uma religião de pretos na Índia, que enviou missionários para a Tailândia, China, Japão e outros países. Os arianos não praticavam o budismo e Buda nunca foi um Indo – ariano.

Buda do sétimo século na Tailândia

Buda do Vietnam / Estátua de Buda do século X

A não divulgação das estátuas pretas do Buda Histórico é meramente ideológica para evitar a discussão das civilizações pretas na Ásia e negação da invasão ariana. Os arianos se apropriaram das filosofias pretas e negam a luta de um dos primeiros revolucionários da história contra a opressão do povo preto: Sidarta Gautama – o Primeiro Buda.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

OS AKANS - ONYAMEE KWAAME, O DEUS DO SÁBADO.

Por Walter Passos, historiador, teólogo e membro da COPATZION (Comunidade Pan-Africanista de Tzion). Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br

Nsem nyina ne Onyame ( "todas as coisas / assuntos dizem respeito a Deus") - Provérbio Akan


Nunca ouvi de professores de História da África, especialmente os que ensinam sobre a África Ocidental, comentários acerca da guarda ao sábado. Quando falamos do sábado as pessoas lembram os adventistas e seguidores do judaísmo, havendo um desconhecimento da universalidade do sábado a partir do continente africano: A Terra Sagrada escolhida por Yah para a criação da humanidade.
A ciência comprova que a África é o berço da formação humana, e nos escritos hebreus, os primeiros seres humanos surgiram nas terras de Cush, conforme Gênesis 2:10-14, obviamente, a instituição do sábado ocorreu no Jardim do Éden, conjuntamente com primeiros conhecimentos dos estatutos e das leis de sabedoria aos primeiros seres humanos: os pretos.
“Abençoou YHWH o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.“ - Gênesis 2:3
Uma das derivações para a raiz da palavra hebraica para sábado שבת "Shabbath" é a do número sete "Shaba" ou "Sabá". A outra raiz para palavra "Shabbath" é a palavra descanso "Shabat". As raízes das palavras juntamente com o "Shabat" nos dão o significado para a Palavra hebraica Sabbath, "Shabbath", que é observado a partir do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado. Conforme o historiador Leo Africanus, a rainha Makeda de Sabá, era a Rainha do Sábado.
O sábado foi o dia sagrado dos nossos ancestrais da África Ocidental bem antes dos chamados judeus e adventistas adotarem-no como dia ordenado por Yah. Pra você é novidade? Leia todo o texto.
Com a invasão da África pelos países europeus, impuseram o cristianismo e a escravidão através da Igreja Romana, da Igreja Bizantina e das Igrejas Protestantes violando filosofias e tradições e se apropriando das riquezas do solo africano, e do seu maior bem, os seres humanos. Para dominar um povo é necessário inferir nas suas tradições e fazê-lo esquecer dos ensinamentos ancestrais, a escravidão apagou referências importantes dos africanos os quais adotaram crenças do escravizador como verdadeiras. Apesar da abolição da escravidão na Afro - América e da libertação dos povos africanos ainda falta à liberdade da escravidão mental, a qual tornou muitos africanos e afro-diásporicos defensores dos ensinamentos dos seus algozes, mas milhões de homens, mulheres e crianças continuam na tenaz resistência da manutenção dos valores ancestrais.
O domingo como dia santificado provem da civilização branca ocidental que modificou as práticas da Igreja Primitiva e introduziu formas estranhas de adoração.
Abaixo está uma moeda do século 3 d.C que no verso retrata o deus pagão domingo com uma carruagem puxado por quatro cavalos. Na inscrição está escrito SOLI INVICTO (O Invencível DOMINGO)

"Também tirou os cavalos que os reis de Judá tinham dedicado ao sol, à entrada da casa de IHWH, perto da câmara de Natã-Meleque, o camareiro, que estava no recinto; e os carros do sol queimou a fogo." II Reis 23:11.
Ambrósio, o célebre bispo de Milão, disse que quando estava em Milão guardava sábado, mas, quando em Roma guardava o domingo. Isto deu origem ao provérbio: Quando estiver em Roma, faça como Roma faz. "

POVO AKANS
Em Gênesis 36: 27: "Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Akan"
Deuteronômio 10: 6: "E partiram os filhos de Israel de Beerote-Bene-Jaakan a Moserá; ali faleceu Arão, e ali foi sepultado, e Eleazar, seu filho, administrou o sacerdócio em seu lugar."
I Crônicas 1:42 - "Os filhos de Eser eram: Bilã, Zaavã e Jaakan; os filhos de Disã eram: Uz e Arã."
Os Akans estão em Gana e em Costa do Marfim. O povo Akan de Gana é composto por diversos grupos: Asante, Fante, Akyem, Kwawu, Akuapem, Akwamu, Bono, Dankyira, Ahanta, Nzemaa, Aowin e Wassa.
Possuem um grande tesouro que é o patrimônio em Onyamee Kwaame, o Deus do sábado herdado dos seus ancestrais hebreus os quais escreveram nas Sagradas Escrituras:
"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado de YHWH teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Mas o sétimo dia é o sábado de YHWH, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro;
Porque em seis dias fez YHWH os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou YHWH o dia do sábado, e o santificou."
Para o entendimento da guarda do sábado é necessário conhecermos o povo akan que é considerado um grupo lingüístico na África Ocidental. O akan pode traçar a sua história na África Ocidental, de há cerca de novecentos e trinta e três anos, até 1076, antes a sua história torna-se sombria. Há algumas teorias sobre o surgimento deles na região, entre elas é que são oriundos de uma civilização acadiana originária no Médio Oriente. Akan se acredita ser da raiz de Akkane ou Akkana.
Outra teoria é que os antigos Hebreus (Heber) são originários da pequena colônia de Belus Cush, pessoas que viveram no Alto rio Tigre, atual Iraque (parte superior do Vale do Tigre, em tempos remotos, a Mesopotâmia, originalmente chamada de Terra dos Etíopes, antes de ser renomeada pelos gregos), teve origem a partir de Abraão, a tribo de Kwahu (Akans), onde a primeira língua hebraica (Heber) nasceu. Tera foi pai de três filhos: Abraão, Nahor e Haran, sendo que Abraão veio do leste para Khemet (Egito antigo). A tribo de Kwahu originou os Akans, povo que existe ainda hoje na África ocidental.
Relatam-se também de outro grupo akan os akuapens que vivem no sul de Gana e sudoeste da Costa do Marfim como descendentes dos primeiros faraós de Khemet (Egito) da dinastia do faraó akuffu e seus filhos Okyere Afre e Dade Afre. Os akans foram os mais dominantes antigos habitantes de Khemet que inventou o conceito de religião e os deuses. O grande deus e a deusa, OSORO (Osíris) e ISIS (ASAASE) foram criações do akan e eles criaram outros deuses menores como os deuses e deusas dos dias da semana para servir o grande OSORO e ASAASE.
Os estudos demonstram que as raízes dos akans são de hebreus e entre elas uma das mais convincentes são as migrações anteriores ao período do cativeiro babilônico.

Músicos hebreus cativos na babilônia

O falecido presidente Kwame Nkrumah de Gana, um dos mais proeminentes pan-africanistas afirmava que a origem dos Akan era do Egito e muito natural essa afirmação porque com a saída de Moisés multidão de povos o seguiu.

Um dos povos mais conhecidos da África Ocidental são os Ashantis "A maior parte das classes governantes dos Ashanti são descendentes da Etiópia Oriental. O povo Ashanti tem um grande respeito pelo sábado e não guerreavam neste dia sagrado. Mantêm inúmeras tradições dos hebreus, assunto em breve que será postado nesse blogger.
Os akans são detentores de uma das mais belas culturas africanas conhecidos pela sua bela arquitetura, cosmologia, trabalharam a mineração de ouro, ferro, cobre, latão, a fundição do ferro proporcionou ferramentas agrícolas e armas, além de dominarem a matemática e outras ciências. O símbolo mais conhecidos dos akan é a adrinka.


Pesos em ouro -A matemática dos akans que na sua contagem chega aos milhões.


O simbolismo da Adinkra é uma representação visual do pensamento social relacionados com a história, filosofia e crenças religiosas dos povos Akan de Gana e Costa de Marfim.

ALGUNS SIMBOLOS ADRINKA REFERENTES À ONYAMEE KWAAME, O DEUS DO SÁBADO
Representam Deus de uma forma muito peculiar, com um dos tratados teológicos mais belos e profundos, encontramos semelhanças nas escrituras sagradas dos hebreus.
O povo akan acredita que o universo foi criado por um Ser Supremo, a quem se referem a como O b o ade e (Criador), Nyame (Deus), O domankoma (Infinito, Inventor), Ananse Kokuroko (O Grande construtor).
O pensamento religioso Akan é totalmente teocêntrico. Deus é o Ser Supremo e está no centro de tudo. Nesta perspectiva, utilizam símbolos culturais que retratam as suas crenças acerca de Deus, suas atitudes para com Deus e de Sua criação.
A criatividade humana afeta o universo positiva ou negativamente. Em essência, acreditam que o universo é uma criação natural e social. Para os akans é necessário salvaguardar o ambiente do universo de um continuum de membros da sociedade constituída dos mortos, dos vivos, e ainda os que irão nascer.
Acreditam que o Ser Supremo criou a vida e a morte. No entanto, o Ser Supremo, criou o antídoto para o veneno de morte, e foi capaz de superar a morte. Este Ser Supremo, Nyame ou Nyankopon, tem a vida eterna.
O Ser Supremo está em forma espiritual, é indestrutível e coloca parte dessa espiritualidade em seres humanos, como a alma humana (kra). Essa alma do ser humano não morre.

SÍMBOLO DA ONIPOTÊNCIA E DA ONIPRESENÇA DE DEUS
A partir do aforismo Akan: Abode santann yi firi Tete; Obi NTE ase um onim ne ahyease, na Obi ntena ase Nkosi ne awie, Gye NYAME.
Tradução literal: Seu grande panorama da criação remonta a tempos imemoriais, não uma vida que viu o seu começo e ninguém viverá para ver o seu fim, EXCETO DEUS.
O símbolo que reflete a crença de akan em um Ser Supremo, o Criador que se referem por vários nomes - por exemplo, O B O ADE E, NYAME, ONYANKOP O N TWEREAMPON.

SÍMBOLO DA PRESENÇA DE DEUS, DEUS PROTECÇÃO, LUGAR SAGRADO, E ESPIRITUALIDADE

O símbolo que representa a presença de Deus em toda parte. Os akans utilizam-o para o altar de Deus em frente da casa de Deus como um sinal da presença e proteção.


Com a chegada dos europeus na costa de Gana, em 1471, através dos missionários católicos romanos foi introduzido um deus estranho e desconhecido que tem como dia santificado o domingo, atingindo profundamente o conhecimento ancestral dos akan a respeito do dia sagrado, profanando a ancestralidade teológica do Deus do Sábado.
Com a escravização dos povos da África Ocidental os cristãos europeus adoradores do Deus Sol, começaram a batizar os africanos em um dia de domingo, tornando esse dia como o sinal da escravidão.
"E YHWH te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te disse: Nunca mais o verás. Ali vos poreis a venda como escravos e escravas aos vossos inimigos, mas não haverá quem vos compre." - Deuteronômio 28:68
O sábado é um sinal de liberdade entre Yah e o seu povo conforme está escrito:
"Eu sou o YHWH vosso Deus; andai nos meus estatutos, e guardai os meus juízos, e executai-os.
E santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o YHWH vosso Deus."
Ezequiel: 20-19-20.

A IGREJA ORTODOXA ETÍOPE GUARDA O SÁBADO
A Etiópia é uma nação abençoada e sempre zelou pela guarda do sábado, nos escritos sagrados essa nação tem uma importância grandiosa. Toda a África é um exemplo de fé para todo o planeta.
Apesar de estar desviada de algumas leis de Yah a Igreja Etíope uma das mais antigas do mundo ainda guarda o sábado, pois na época ficou livre da corrupção da Igreja Romana que mudou o dia santificado do sábado para o domingo.

NA JAMAICA RASTAFARIS GUARDAM O SÁBADO
A maioria da população jamaicana é descendente dos akans e os principais grupos rastafáris guardam o sábado seguindo a tradição dos seus ancestrais africanos, não permitindo a inferência de novas tradições de pessoas sem origem africana nas comunidades originais. Os não africanos quando entram nas comunidades originais influenciam para o erro e tentam ocidentalizar o pensamento africano.

Lord of the Sabbath, hear our vows
On this Your day, in this Thy house
And own, as grateful sacrifice,
The songs which from Your temple rise.
Now met to pray and bless Your Name,
Whose mercies flow each day the same;
Whose kind compassions never cease,
We seek instruction, pardon, peace.
Thine earthly Sabbaths, Lord, we love,
But there’s a nobler rest above;
To that our laboring souls aspire
With ardent hope and strong desire.
No more fatigue, no more distress
nor sin, nor hell, shall reach the place
No groans to mingle with our songs
which warble from immortal tongues.
No rude alarms of raging foes;
No cares to break the long repose;
No midnight shade, no cloude sun,
But sacred, high, eternal noon.
O long expected day, begin,
Dawn on these realms of woe and sin!
fain would we leave this weary road,
And live in love to rest with God.

A Igreja Metodista de Labadi Emmanuel em Acra, capital de Gana, aproveitou os símbolos Adrinka para declarar que o filho de Yah se ofereceu como sacrifício para salvar a família.



Kwame Nkrumah Memorial Park fountains, Accra, Ghana.

Reparem que no memorial Kwame Nkrumah as estatuas estão representadas tocando o שופר (shofar) instrumento sagrado dos verdadeiros hebreus (pretos) e tocado em dias especiais na história de Israel, traduzido em português por trombetas, na Bíblia.
"Ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões, relâmpagos, e uma nuvem espessa sobre o monte; e ouviu-se um sonido do shofar mui forte, de maneira que todo o povo que estava no arraial estremeceu." - Êxodo 19:16.

Os akans souberam muito bem diferenciar o domingo sagrado dos europeus e os chamaram Akwasi Bronii e ainda hoje uma grande parcela da população guarda o sábado.
O sábado é um sinal entre Yah e o seu povo, e os nossos ancestrais em terras africanas sabiam muito bem o dia sagrado para ser observado. A escravidão fez com que nos esquecêssemos do nosso passado, das tradições e dos sagrados mandamentos que Yah nos ordenou.
De acordo com estimativas confiáveis, a África tem a maior concentração de pessoas com essa guarda, com mais 300 milhões de cristãos, cerca de três milhões são adventistas do Sétimo Dia. O importante é que mais de 17 milhões de africanos não seguidores do cristianismo guardam o sábado, entre eles hebreus e diversos grupos étnicos. O sábado é natural para os pretos africanos. Yah sempre esteve presente na África, o seu continente amado!
Em diversos países da Afro - América a nação dos hebreu-israelitas tem se organizado cumprindo a vontade de Yah e irmãos e irmãs guardam o sábado. É necessário que você irmã e irmão se informe mais sobre a sua verdadeira nação.
Guardar o dia de sábado é voltar as nossas raízes africanas e cumprir à o mandamento de Yah, o Deus do sábado dos nossos ancestrais.

"Não despreze a cultura herdada dos seus antepassados." - Provérbio Akan
"Venham embaixadores do Mizraim (Egito); estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Yah." - Salmos 68:31

PRETAS POESIAS

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