Kefing Foluke. E-mail: kefingfoluke@hotmail.com
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Nesse Novembro Negro, hoje iremos discorrer sobre uma das poderosas mulheres pretas da Historia da África recente que empreendeu guerra contra o dominador europeu. As mulheres africanas sempre estiveram na direção de grandes reinos e prontas para o comando de seu povo, muitas dessas civilizações possuíam o modo de produção matrilinear.
Uma dessas mulheres foi Yaa Asantewaa, líder da última resistência realizada no século passado em território africano, diretamente contra o colonialismo britânico feito pela civilização Ashanti, uma confederação de reinos que se desenvolveu no sul de Gana nos séculos XVIII e XIX, tendo a sua capital na cidade de Kumasi, com edifícios feitos de terra, madeira e palha, que hoje são considerados patrimônios da humanidade.
Esta civilização originou-se dos Akan que criaram o Sankofa. O Sankofa é uma metáfora usada em Gana para simbolizar a necessidade de voltar para trás, para recuperar as coisas perdidas, demonstrando que sempre podemos retificar nossos erros; aprender do passado e construir alicerces para o futuro. Sankofa é olhar para trás, manter os pés no chão e direcionar os ombros para frente, buscando a melhoria individual intrínseca na melhoria coletiva. Em Akan existem duas palavras que estão relacionadas à família. A palavra "abusua" é um grupo de descendência corporativa, enquanto que a palavra "fifo" (literalmente pessoas de casa) significagrupo residencial, construindo as bases do Sankofa.
Uma dessas mulheres foi Yaa Asantewaa, líder da última resistência realizada no século passado em território africano, diretamente contra o colonialismo britânico feito pela civilização Ashanti, uma confederação de reinos que se desenvolveu no sul de Gana nos séculos XVIII e XIX, tendo a sua capital na cidade de Kumasi, com edifícios feitos de terra, madeira e palha, que hoje são considerados patrimônios da humanidade.
Esta civilização originou-se dos Akan que criaram o Sankofa. O Sankofa é uma metáfora usada em Gana para simbolizar a necessidade de voltar para trás, para recuperar as coisas perdidas, demonstrando que sempre podemos retificar nossos erros; aprender do passado e construir alicerces para o futuro. Sankofa é olhar para trás, manter os pés no chão e direcionar os ombros para frente, buscando a melhoria individual intrínseca na melhoria coletiva. Em Akan existem duas palavras que estão relacionadas à família. A palavra "abusua" é um grupo de descendência corporativa, enquanto que a palavra "fifo" (literalmente pessoas de casa) significagrupo residencial, construindo as bases do Sankofa.
Símbolo do Sankofa
As mulheres africanas Ashantis escolhiam os líderes das aldeias e da civilização com um todo. O poder matrilinear estava instituído dentro do Direito Ashanti, bastante organizado, com regras de condutas consuetudinárias que determinavam o comportamento das relações comerciais, políticas, bélicas, familiares e principalmente políticas.
Os Ashantis desenvolveram dentro de seu arcabouço tecnológicos uma comunicação bastante eficiente, com duzentos quilômetros de alcance, através dos tambores fazendo a transformação do próprio idioma, incluindo acentos, vírgulas e demais estruturas gramaticais para sons em tambores.
Além da estrutura bélica bastante organizada e matrilinear, outra característica fantástica do povo Ashanti é a forma de organização da comunidade através de normas de conduta, ou seja: o Direito Ashanti. Grande parte das normas Ashanti, apesar de não estarem delimitas em normas literais, ainda são utilizadas em Gana, trazendo grande influência a doutrina jurídica daquele país.
Os Ashantis são sete milhões de pessoas, cerca de 30% da população atual de Gana e não devemos confundir com o Império da Gana que perdurou até o ano 1.200 d.C. Há pormenores interessantes nessa civilização, um equilíbrio no poder no que tange a matrilinearidade.
O Império britânico manteve em guerra a civilização Ashantis durante o período de cem anos. No final do século XIX o império britânico após aprisionar o herdeiro do reino Ashanti o Asantehene Prempeh enviou a capital Kumasi o Lord Hodgson, e mandaram um ultimato as lideranças objetivando conseguir o cetro dourado, símbolo da união, poder e soberania Ashanti e houve uma reunião com todos os chefes e nenhum deles contestou a exigência feita, demonstrando covardia perante o branco invasor .Então repentinamente Yaa Asantewaa Rainha -Mãe de Ejisu(1850-1921) levantou-se e falou:
- “Agora eu vejo que alguns de vocês temem ir adiante para lutar pelo nosso rei. E se fosse nos dias heróicos de Osei Tutu, Okomfo Anokye e Opoku Ware que foram chefes e não se sentariam para ver o seu rei ser levado para longe sem disparar uma bala, nenhum homem branco temeu falar para o líder dos Ashantis do jeito que o governador falou para o chefe de vocês hoje de manhã. É verdade que a bravura dos Ashantis acabou? Eu não poso acreditar. Isto não pode ser. Eu tenho que falar isto: Se você é um homem Ashanti e não for adiante , então nós iremos. Nós as mulheres iremos. Eu chamarei as minhas companheiras. Nos lutaremos contra o homem branco. Lutaremos até que a última de nós caia em campo de batalha. ”
Esta intervenção recobrou os ânimos dos guerreiros Ashantis para combater os homens brancos até que eles libertassem o Asantehene Prempeh. Durante meses os Ashantis foram liderados por Yaa Asantewaa que pela sua coragem e determinação manteve os ingleses no Forte. O exército inglês enviou mais soldados e com melhores armamentos invadiram a cidade de Kumasi. Yaa Asantewaa e outros líderes foram capturados e enviados ao exílio.
Yaa Asantewaa fez a última guerra liderada por uma mulher dentro do território africano para defender o seu povo do domínio branco e morreu longe de sua terra no ano de 1921 com 71 anos de idade.
8 comentários:
Gostei muito da matéria, sei muito pouco sobre a cultura negra e, apesar de ser branca, tenho um bisavô negro e sempre fui apaixonada pela cultura e principalmente pela resistência do povo negro. Há uma polêmica na Fundação Santo André, no meu curso, Letras, porque alguams pessoas querem estudar a literatura africana e, apesar daquela região ser tão ou até mais importante quanto foi Portugal na nossa formação étnica e cultural, as pessoas dizem não ser importante aprendermos a literatura africana, acham algo exótico, eu já acho algo necessário, e faltante na nossa formação. Se vocês quiserem podem me mandar e-mails que repasso p/ os grupos da FSA. Parabéns pela matéria, parabéns pela resistência negra, à luta!
Sds,
Thais Menezes
asiwatchtheweatherchange@hotmail.com
Maravilhaaaaaaaaaa!!! Esta é com certeza o nome da minha futura filha!!!! ASHANTI!!!!!!
Gostei muito da postagem Kefing! Parabéns por manter a nossa tradiçõa sempre viva, sou um admirador de vocês!
Um abraço de Sampa do africanop-brasileira Carlos Machado/Gyasi Kweisi Mpfume que faz o Kwanzaa na capital paulista.
Nadir disse: Gostaria de poder receber mais informações sobre o povo Ashanti. Sou negra de raiz (pai e mãe negros) Estou começando a estudar sobre povos de origens Africanas. Fico no aguardo. Meu e-mail é: nadirsa_89@hotmail.com
Olá, gostaria de indicação de bibliografia sobre a rainha em questão.Sendo brasileira e professora, já justifica meu interesse. Abraços e parabéns pelo blog.
Renata
Olá, gostaria de indicação de bibliografia sobre a rainha em questão. O fato de ser brasileira e professora já justifica meu interesse. Parabéns pelo blog, abraços
Renata
Olá, gostaria de indicação de bibliografia sobre a rainha em questão. O fato de ser brasileira e professora já justifica meu interesse. Parabéns pelo blog, abraços
Renata
Adorei saber ,principalmente pela coragem e determinacao das mulheres negras . parabéns pela matéria.
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