Juliana Dias,estudante de Jornalismo da Faculdade Jorge Amadojuliana.csd@gmail.com
“Nós entendemos que nem todos são revolucionários, mas entendam que é preciso uma revolução”
Fred Hampton Jr.
O Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos (CNNC) promoveu na noite do dia 13 de novembro, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia a “Conferência Internacional Fred Hampton Jr. CNNC: Tecendo as redes do Panafricanismo”, tendo como palestrante Fred Hampton Jr., filho do líder do Partido Panteras Negras, discutindo o legado e a história de seu pai, além da criação de uma conexão entre os Estados Unidos e o Brasil, através de uma campanha antiterrorista.
O CNNC juntamente com o Comitê de Consciência de Prisioneiros Comunitários nos Estados Unidos (POCC, sigla em inglês) possibilitaram a vinda do ativista americano ao Brasil para estreitar as relações do Brasil com o EUA. Para o presidente do POCC a sua vinda ao Brasil é importante para o fortalecimento da união da população negra mundial, “esse contato que terei com meus irmãos brasileiros é essencial para o reconhecimento da identidade negra”, completou.
Na conferência, que contou com a presença de representantes do movimento negro baiano, o ativista norte-americano falou sobre o legado deixado por seu pai e sobre o lançamento de uma campanha contra o terrorismo estatal e os extermínios praticadoscontra a comunidade negra, correlacionando a realidade dos EUA e do Brasil. Ao ser interrogado sobre o contexto em que se desenvolveria a campanha, Fred Hampton Jr. disse que “O manifesto antiterrorista não deve observar nenhuma fronteira colonial, precisamos combater todas as formas de terrorismo que nos são impostas: o crack, a falta de políticas públicas, a AIDS e o ataque policial. O povo negro é a vítima preferencial”.
O lançamento da campanha do POCC no Brasil visa criar conexões e relações, a partir das lideranças brasileiras, com objetivos e ações pela vitória, “observando-se que essa vitória deve resultar de um planejamento tático e lógico, de acordo com o nível de consciência local, construindo dessa maneira uma declaração política de ação, em outras palavras uma auto-defesa”, completou Fred Hampton Jr.
A população negra constantemente tem sofrido ataques sangrentos do imperialismo, “o furação Katrina ,que aconteceu em Nova Orleans, para nós do POCC aquilo se tratou de uma armação, colocaram bombas nas represas para que a população negra fosse exterminada. É importante que comecemos a trabalhar o nosso nível de consciência e passemos do assalto para rebelião e de crime para libertação”, afirmou Hampton.
Segundo ainda Fred Hampton, a forma como o governo trata a população negra no Brasil não difere da forma como o governo norte-americano trata o povo negro nos EUA. As realidades criadas em torno da situação da comunidade negra acontecem em todo o mundo, as visões são deturpadas, como, por exemplo, a de que no Brasil, existe uma democracia racial.
A conferência terminou com a seguinte analogia: “Para nós do POCC cada dia é como se fosse 11 de setembro, porque o que os brancos sofreram com o ataque terrorista, nós negros sofremos todos os dias”.
Pai – Nascido em 1948, Fred Hampton era aos 20 anos uma importante liderança do Partido Panteras Negras e membro da comunidade negra de Chicago – EUA. Em dezembro de 1969, foi brutalmente assassinado pela polícia enquanto dormia em seu apartamento ao lado de sua namorada grávida, Akua Njeri. Fred Hampton Jr. nasceu três semanas após a morte de seu pai.
Fonte: Jornal Ìrohìn Online NOTÍCIA
16/11/2007 - 10:14:05
Fred Hampton Jr. lança em conferência campanha antiterrorista
16/11/2007 - 10:14:05
Fred Hampton Jr. lança em conferência campanha antiterrorista
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