Martin Luther King Jr.


-“Na comunidade branca, o caminho para uma união mais perfeita significa reconhecer que os problemas da comunidade negra não existem apenas na cabeça dos negros; que o legado da discriminação --e incidentes atuais de discriminação, embora menos escancarados do que no passado-- existe e precisa ser corrigido. E não apenas com palavras, mas por meio de fatos --investimento em nossas escolas e comunidades, defesa dos direitos civis e de julgamento justo nos tribunais criminais...”

A mídia atacou Obama por ser membro de uma igreja afrocentrada e ter por pastor um militante preto. E foi um momento impar para atacar as igrejas pretas nos USA e a Teologia Negra. Obama teve que retrucar, mas, ele sabe que o seu pastor não mentiu e sabemos nós que caso ele seja escolhido e venha a ganhar a presidência os USA continuarão com a sua política imperialista no mundo através dele. Qualquer presidente dos USA representará os interesses de dominação mundial, independente de cor epitelial.
O sermão não agradou aos brancos e nem os pretos que acham que os problemas foram superados, não somente nos USA; também no Brasil. Os que concordaram com o reverendo são considerados radicais, anticristãos e procurando problemas onde não existe. O racismo acabou! Dizem eles, ou está em fase de superação. Por que colocar sal e vinagre nas feridas que já estão fechadas? Nos dizeres de Barack Obama:
Novamente a vítima se torna algoz e nós, povo preto, fazemos o impossível “Racismo ao contrário”. Nós somos os culpados da escravidão. Nós somos os culpados da pobreza. Nós somos os culpados da violência. Nós, e somente nós, somos os culpados de nossas mazelas. Nós que escolhemos viver uma vida subumana nas periferias e guetos. Nós e nós. Nada eles fizeram. Nós fizemos tudo e hoje teríamos que sorrir e viver felizes agradecendo aos descendentes dos que seqüestraram os nossos ancestrais as migalhas atiradas ao chão. Nós que não queremos aprovar o “Estatuto de Igualdade Racial”. “Nós” que votamos em partidos como o DEM que quer acabar com a migalha das cotas e do Prouni. Nós e Nós somos mal agradecidos porque recusamos a esquecer o passado de violência e o presente de exclusão.
A grande questão é que o Afrocentrismo tem demonstrado o bem civilizatório das populações pretas no planeta, a amorosidade, a criação de todas as tecnologias e ciências. Não foram os povos pretos que jogaram bombas atômicas e invadiram territórios equilibrados para escravizar e se apropriar de riquezas de outrem; e as nações caucasianas e aliadas tentam destruir o planeta com a destruição da biodiversidade como se daqui não fizessem parte.

Dentro da história e militância preta há aqueles que admiram o método integracionista e pacifista usado por ele, outros discordaram. Independente dos posicionamentos, Martin Luther King Jr incomodou a América Branca e se tornou exemplo de dedicação e luta para o povo preto em todo o mundo.
No Brasil, as Igrejas pouco falam e se omitem sobre a vida de King. Posso afirmar, pois, cresci em igreja protestante e nunca ouvi em sermões dos pastores pretos e brancos nada sobre a luta deste pastor nos USA, nem de colegas de seminário. Na verdade, os pastores pretos foram bem domesticados por missionários dos USA e por pastores brancos brasileiros que não aceitam a realidade de discriminação racial na sociedade brasileira. A conseqüência é não desejarem conhecer a vida de King para o não comprometimento com a questão racial que assola ao Brasil. Omitir e não comentar nas igrejas é não se envolver com a luta da justiça entre todos os homens e mulheres. No dia 04 de abril li diversos jornais online de denominações protestantes e nada encontrei. Por que será que os grandes meios de comunicação protestante brasileiro omitem Martin Luther King? Por que as faculdades de teologia e seminários não organizaram semanas para discutir o seu legado? Por que os Colégios protestantes não fizeram gincanas de solidariedade inspirados sobre a sua vida? Por que a juventude preta de todas as igrejas o ignora?
- Omissão e descompromisso com a realidade de 15 milhões de pretas e pretos no Brasil, covardia dos pastores pretos e pretas protestantes em lutar contra o racismo nesse país e a denunciar dentro de suas igrejas e estruturas denominacionais a situação de prisão mental que vive a comunidade preta.
- Repetidores e repetidoras de teologias dogmáticas escravizadoras, anunciadores de céu e inferno, descompromissados com o bem comum do seu povo tornando-se embaixadores e embaixatrizes dos mais estranhos interesses de teologias caucasianas
Para a meditação de Bispos, Bispas, pastores, pastoras, presbíteros, presbíteras, diáconos, diaconisas, missionários, missionárias, obreiros e obreiras deixo-vos duas frases de Martin Luther King Jr:

- Por mais que eu deteste a violência, existe uma mal pior do que a violência: a covardia.
Na sua época Martin Luther King Jr. foi um radical e após 40 anos de sua morte ele é um símbolo da paz e fratrernidade para brancos e negros. Grande inspiração para Obama. Mas, esse simbolismo de paz na concepção de muitos brancos é que a população preta aceite passivamente as poucas reformas que o poder branco oferece, isso faz com que o sonho de Martin Luther King tenha se transformado um pesadelo, discorro sobre esse sonho-pesadelo no livro que lançarei ainda este mês: Afro-Reflexões.
Na campanha presidencial dos USA a mídia caucasiana ataca veementemente o Reverendo Jeremiah Wrigth

E nas palavras de Barack Obama: