Por Malachiyah Ben Ysrayl - Historiador e Hebreu-Israelita
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Não podemos separar sexo e racismo nas Américas, onde o modo de produção, durante centenas de anos, foi a escravidão. Os escravizados africanos e descendentes considerados “peças”, “coisas”, foram construídas ideologias e mitos pelos colonizadores e seus descendentes para abalizar tal exploração física e econômica.
Os africanos vieram de civilizações milenares que desenvolveram estudos aprofundados em todas as áreas do conhecimento, como a medicina, artes, filofia, engenharia, legislação, matemática, etc. Tornou-se necessário destruir esse legado atribuído através do libido, distorções baseadas no racismo com o intuito de considerá-los não humanos.
Na escravidão, a pena para relação sexual entre um homem preto e uma mulher branca era a castração ou a morte. Os documentos sobre as relações de homens pretos com mulheres brancas quase inexistem, omite-se como se nunca houvesse ocorrido, a historiografia branca tenta negar esses fatos, e comenta casos de raptos de mulheres das fazendas para comunidades quilombolas e de relações homoafetivas de padres com pretos. Na história recente dos Estados Unidos da América, a relação sexual de um homem preto com uma mulher branca era considerado estupro.
O corpo dos escravizados (as) foram usados para mover a economia do Brasil escravocrata e também para saciar prazeres de homens e mulheres brancas. Nas alcovas e senzalas, o abuso sexual do homem preto não é relatado por aqueles que temiam a pretensa superioridade animalesca do escravizado.
"Brancos têm utilizado a ciência falsa para justificar o racismo e o preconceito. Eu afirmo que esse racismo é o núcleo e que a raça é o ponto crucial da sexualidade preta e tanto raça quanto o racismo devem ser pontos focais para qualquer discussão inteligente sobre o assunto. Para entrar em diálogo honesto sobre diferentes aspectos e dimensões de práticas sexuais do macho preto, um deve abordar os princípios de ética, moralidade e teologia do seu opressor. É aí que os mitos e estereótipos que cercam o homem negro originários de respeito, não só para o sexo biológico e do ato sexual, mas também para os papéis de gênero, autoestima, questões e imagem corporal. Essa discussão também deve incluir, implícita ou explicitamente, a importância do pênis negro, que por gerações tem sido o foco de muita ansiedade e ressentimento para aqueles de ascendência caucasiana Europeia."
Dr. Sadie Sheafe, Ph.D., LCSW
O racismo elaborou falsas teorias sobre a sexualidade dos homens e mulheres pretas, teorias que foram introjetadas em toda a sociedade independente da cor epitelial, brancos, mestiços e pretos repetem essas falsos conceitos como verdadeiros. Estes conceitos são os mais contundentes nas relações raciais porque definem o corpo nas ideais racistas como o de criaturas desumanizadas na cor da pele, nariz, lábios, tipo de cabelo, tamanho de quadris bem diferentes do padrão de beleza branco. Esses conceitos criam baixa autoestima em muitas mulheres pretas e rejeição da beleza na maioria dos homens pretos que desejam a beleza imposta desde a escravidão.
A ideia animalesca dos homens pretos criou um medo nos homens brancos, por causa da difundida virilidade sexual, e entre as mulheres brancas o desejo de conhecer esse homem viril, apesar de ser considerado sujo e violento. A Dra. Sadie Sheafe desenvolve os seus estudos em quatro estereótipos:
1- Os pênis dos homens pretos são macrofálicos.
2- Potência masculina preta e virilidade são maiores do que a dos homens brancos.
3- Homens pretos estão obcecados com a ideia de ter relações sexuais com mulheres brancas.
4- Os homens pretos são permissivos em seus assuntos sexuais.
Estes estereótipos ajudaram a formar homens pretos sem se preocuparem com a sua ancestralidade e de descobrirem o seu papel na história, contribui para a formação de uma falsa identidade, um mito de que são hipersexuais por causa do tamanho do penis e se tornam nos chamados pretinhos básicos, os dispostos a manter qualquer tipo de relação sexual. A popularização de certos ritmos musicais “calientes” corroboram com o estereotipo sexual do “avantajado” homem preto.
Um vídeo me chamou a atenção, o qual mulheres relatam as suas relações com os homens pretos e os consideram como animais, e algumas dizem ter “medo”. O artigo intitulado: Será mito ou verdade que homens negros africanos são "bem dotados" ? Alguém já experimentou?
a discussão se inicia com essa frase:
- Pessoas,
gostaria de debater alguns mitos, vamos começar por esse, que o homem negro africano é muiiiiiiiiiiiiito bem dotado (se é que me entendem). Nós conte quem já provou. BJs
P.s - vou ser a primeira: já namorei 2, um de Angola outro de Moçambique, caraca os dois foram de assustar.
kkkkkkkkkkkk
O vídeo fala de uma camisinha africana:
Camisinha africana =O
http://www.bolsademulher.com/forum/amor/f9/164256/
Ayn Rand em Introdução à epistemologia objetivista (1979), disse, que o racismo "é a noção de atribuir significado moral, social ou político para a linhagem genética de um homem - a noção de que traços intelectuais de um homem e de caráter lógico são produzidos e transmitidos por seu corpo interno. Isto significa, na prática, que um homem deve ser julgado, não por seu próprio caráter e ações, mas com os personagens e as ações de um coletivo de antepassados.”
Dr. Sadie Sheafe, Ph.D., LCSW
A mídia sempre demonstrou interesse em divulgar essa ideia do homem preto superdotado em filmes, revistas, musicas e piadas. Uma realidade que está nas mentes dos brasileiros.
No Youtube, encontrei diversos episódios de Gilda e Cornélio que retratam a infidelidade feminina e o marido não aceita que a esposa lhe seja infiel. Interessante é que Gilda é uma mulher loira e o “Ricardão”, que recebe diversas profissões e nomes, é na maioria das vezes o mesmo personagem superdotado e preto. A ideologia da superpotência do homem preto é veiculada e o “desejo questionável” escondido da mulher branca e loira é mostrado no pensamento do autor das personagens. Inclusive é repassada a ideia machista de que os homens que realizam serviços domésticos é reprovável e a mulher que pratica esportes e tem necessidades de sair sempre está traindo o marido. Gilda é mulher que não trabalha fora de casa, na verdade ela não faz os trabalhos do lar na construção do estereotipo.
A mulher branca com o preto superdotado, o desejo do preto pela mulher branca. E o medo demonstrado em charges do homem branco da pretensa superioridade sexual do homem preto e o “racismo sem querer” é veiculado.
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