quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O ABUSO SEXUAL DOS HOMENS PRETOS POR MULHERES BRANCAS NA ESCRAVIDÃO

                                                                     Walter Passos 

Teólogo, Historiador, Poeta,
Afrocentrista e Pan-africanista






A escravidão nas Américas esconde muitos segredos, alguns nunca serão revelados e estão enterrados nos porões dos navios da morte, nas Casas-Grandes, nas senzalas, nos sobrados e mocambos,conventos, nas minas auríferas, nas grandes plantações e em locais inimagináveis. 
Os africanos e seus descendentes foram coisificados e, ao mesmo tempo, objetos sexuais dos seus senhores e capatazes. Ora, quando se fala de abuso sexual na escravidão nos deportamos imediatamente ao uso do corpo da mulher escravizada. Essa ideia nos vem à memória: Abuso sexual da escravidão= mulher. Não vou falar sobre a mulher escravizada e os homens brancos. Irei tecer pequenas considerações sobre abusos sexuais praticados por mulheres brancas em homens escravizados. 
Criaram-se, na escravidão, através do puritanismo, nos USA e no catolicismo no Brasil, a concepção do purismo da mulher branca e da lascívia da mulher escravizada. A mulher branca através do controle patriarcal era protegida, apesar das mulheres brancas serem maltratadas, humilhadas e vivendo como prisioneiras por seus maridos, por questões do próprio patriarcado e o medo de revoltas de escravizados, era considerada piedosa, moralista, honrada, religiosa, símbolos da pureza e da bondade branca, tendo a vida sexual regulada por regras patriarcais violentas, diferente das vivencias das mulheres africanas na terra abençoada (África).
Na escravidão, todo o contato do escravizado com a mulher branca era considerado estupro e a pena era a castração, emparedamento vivo e o enforcamento. Pendurar homens em cordas ocorreu durante décadas após o final da escravidão nos USA. Quantos homens pretos foram enforcados acusados de estuprarem mulheres brancas sem terem cometido esse crime?
Como se dava então esse abuso da mulher branca quebrando todas as regras escravistas?
Na hierarquia da escravidão, a mulher branca estava acima da escravaria, independente de sexo. Os escravizados estavam ali para servi-la e nesse ínterim , houve casos de usarem homens pretos sexualmente, o sexo como instrumento de poder, perpetuando simultaneamente a supremacia branca e o patriarcado . 
A exploração sexual de escravizados compensava a falta de poder em outros aspectos das vidas das mulheres brancas, além do desejo de possuir completamente o escravizado. Por serem vistos como inerentemente luxuriosos e propensos ao vício sexual, teriam satisfação garantida de um homem preto aos seus pés.
Relata-se, na escravidão, inúmeros casos de abuso sexual de mulheres brancas em homens escravizados, alguns provavelmente, além do desejo sexual a vingança por serem constantemente traídas por seus maridos abertamente, por verem dentro das suas casas e fazendas, crianças mestiças, frutos dos estupros dos seus esposos em mulheres escravizadas.
A solidão de muitas mulheres brancas nas plantações, a viagem e a morte dos maridos, permitiam que elas usassem sexualmente os escravizados, ameaçando-os de castigos e acusação de tentativa de estupros, caso recusassem o ato sexual.
A gravidez inesperada de uma mulher branca, constatando-se ser fruto de uma relação com o escravizado, se ela não abortasse, a criança era proibida de mamar ou praticava-se o infanticídio, sobrevivendo, era vendido como escravizado. O filho do homem branco com a escravizada era aceito, o da mulher branca com o escravizado era rejeitado. 
Quantos casos de torturas de mulheres pretas ocorreram, praticados por senhoras brancas ao desejarem os companheiros?
No Brasil, as pesquisas não são realizadas porque muitas não foram registradas e há falta de interesse da sociedade branca em relatar as atividades sexuais de mulheres brancas com os escravizados. Mas, nos USA, as pesquisas estão bem avançadas.
A foto é meramente ilustrativa. Um homem preto enforcado acusado de estupro nos USA nos meados do século passado.

Bibliografia:
- JOURNAL ARTICLE
The Sexual Abuse of Black Men under American Slavery
THOMAS A. FOSTER
Journal of the History of Sexuality
Vol. 20, No. 3, INTERSECTIONS OF RACE AND SEXUALITY (SEPTEMBER 2011), pp. 445-464
- Sexual Relations Between Elite White Women and Enslaved Men in the Antebellum South: A Socio-Historical Analysis
By J. M. Allain
- Conversas com idosos quilombolas na década de 80 no interior da Bahia

NÃO PERCAM - 
ENCONTRO SOBRE CRISTIANISMO DE MATRIZ AFRICANA- 
DIA- 25 DE NOVEMBRO - 15 HORAS ÁS 17 HORAS.
LOCAL -RUA JOVITA,329 - SANTANA- ZONA OESTE DE SÃO PAULO



sexta-feira, 2 de novembro de 2018

CRISTIANISMO DE MATRIZ AFRICANA


Walter Passos 

Teólogo, Historiador, Poeta,
Afrocentrista e Pan-africanista






      
Em 2007 o CNNC (Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos) mudou definitivamente a Teologia nesse país ao anunciar que o Cristianismo é de Matriz Africana e realizou um encontro nacional de Cristãos Pretos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Houve um questionamento violento de pessoas (não sacerdotes ou sacerdotisas) integrantes do Movimento Negro Baiano que por desconhecimento da História da África acreditava que o continente africano se resumia ao Golfo de Benin, Angola e ao Kongo, por causa das religiões de matrizes africanas (as únicas verdadeiras representantes dos africanos no Brasil conforme essas pessoas).

A África é um grande continente de 30,3 milhões de quilômetros quadrados, sendo o berço de todo o conhecimento humano. A filosofia grega, por exemplo, foi roubada do antigo Egito (Kemet) e as grandes religiões mundiais, entre elas, o Cristianismo Africano foi apropriado e modificado pelo Império Romano. Mas, ainda existem igrejas cristãs milenares na África.
As escrituras sagradas foram modificadas e branqueadas, por causa disso, a população preta enfrenta o racismo dentro das igrejas por desconhecerem esse fato e muitos acreditam na falsa maldição de Cam. O povo preto é o mais abençoado da terra. Por isso, o reavivamento da Rua Azusa com os pretos (povo abençoado).



Há muitos anos, desafio aos estudiosos brancos das Escrituras Sagradas Africana (Bíblia) que me citem personagens e populações brancas no Tanach (Velho Testamento).
Estarei em São Paulo no dia 25 de novembro na rua Jovita, 329- Santana-  Zona Norte de São Paulo. me reunindo com irmãos e irmãs pretas que desejem aprofundar essa discussão do Cristianismo de Matriz Africana, do Messias Africano Yahushua (Jesus) e outros temas pertinentes. Quem deseja participar entre em contato inbox pelo https://www.facebook.com/walter.passos.16 ou pelo whtasapp 71 993341666 (Walter Passos)







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