Por Walter Passos, historiador e teólogo
Pseudônimo: Kefing Foluke.
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No século XIX os ingleses invadiram o continente atualmente conhecido por Oceania e realizaram um dos mais violentos genocídios da história mundial, destruindo civilizações milenares em um projeto de apropriação territorial, expropriação de riquezas, extermínio dos habitantes e a conversão forçada ao cristianismo.
Temos que entender esse projeto devastador do colonizador inglês como um ato de racismo, mais uma vez o invasor branco, com a sua idéia deformada de supremacia racial consegue ter atitudes diferentes conforme os seus interesses. A Inglaterra traficou escravizados do continente africano e combateu o tráfico quando mudou o seu modo produtivo com a Revolução Industrial.
Uma das regiões mais afetadas foi a Tasmânia, ilha e estado australiano situado a 240 km da costa sudeste da Austrália.
Sua superfície é de 65 022 km² e ela contava, em 2002, com uma população de 474 000 habitantes.
Atualmente os descendentes de ingleses habitam a ilha e sorriem como se nada tivesse acontecido.
Flinders Island Lions Club
Guerra Negra é usada na historiografia para ressaltar o extermínio realizado pelos ingleses contra a população preta da Tasmânia, sendo de vital importância compreendermos que a guerra realmente começou quando os ingleses desembarcaram em 1803 na Tasmânia com o projeto de extermínio do povo local, apesar da historiografia branca datar de 1828 a 1832. Em 1º De dezembro de 1826, a Tasmanian Colonial Times, jornal de circulação da época, declarou:
“Não fazemos exibição enfática de Filantropia. Dizemos isto sem ressalvas, à autodefesa é a primeira lei da natureza. O Governo deverá retirar os nativos - Se não, eles serão caçados como animais selvagens e destruídos!”
Cartaz usado para enganar o povo preto
Em 1816 antes da Guerra Negra representando o tenente-governador Arthur com a "política de amizade e igualdade de justiça" para “assentados” e Aborígenes.
O Governo devidamente declarou lei marcial em novembro de 1828 e "Brancos foram autorizados a matar negros à vista" (que foi por isso que nenhum colono branco nunca foi condenado pela morte de um aborígene). A recompensa foi fixada de £ 5 por adultos, £ 2 por criança.
Prêmios foram dados a captura dos nativos e além da guerra muitos morreram ao contraírem a gripe dos invasores.
Uma das táticas dos invasores ingleses foi o uso de pastores para enganar e persuadir os habitantes, fato esse ainda muito forte nas comunidades africanas e afro-diásporicas. Na Tasmânia invadida quem se deu a esse papel foi o pastor George Augustus Robinson “Protetor de Aborígenes”, chamado a montar uma "missão amigável" para encontrar os 300 restantes nativos na Tasmânia. Iludiu os nativos levando-os a escravidão e a morte. Um dos grandes objetivos da igreja cristã foi a “purificação” do povo preto que conseguintemente levou a destruição.
Robinson recebeu em pagamento um total de 8.000 libras em seu papel como protetor de Aborígenes. Ele construiu uma pequena comunidade, que incluiu uma igreja e chamou a área de “Ponto de Civilização”. Muitos dos indígenas que viviam no porto tinha sido removido sob falsos pretextos a partir de seu verdadeiro lar na Tasmânia. O Ponto de civilização foi essencialmente uma fábrica que existia para transformar os chamados “selvagens” em cristãos. Entre os 300 nativos que foram atraídos para a ilha apenas 40 permaneceram por meados dos anos de 1840. A maioria tinha morrido devido a doenças e a exploração do pastor.
Uma das práticas dos britânicos foi o rapto das mulheres para serem usadas sexualmente e as crianças foram tratadas como escravizadas. A grande tática dos invasores foi à destruição da família preta.
Caçaram o povo preto por diversão, raptaram, violaram as mulheres criando harens, desenvolveram o instinto de perversidade com uma disciplina da escravatura – com castigos e flagelos: desde chicoteadas com couro de Canguru a mulheres e crianças arrastadas nas fendas das rochas até terem os seus miolos expostos. Os cristãos britânicos na Tasmânia serviam ao Satanás que tem prazer em tentar destruir o povo original, feito a imagem e semelhança de Yah.
Foi necessária a resistência, então o governo britânico declarou a “Guerra Negra” que durou de 1828 a 1832. Em 1830 eles criaram a linha preta que objetivava destruir os povos da Tasmânia.
Mannalargenna (1770-1835), um chefe-guerreiroTasmaniano, foi o chefe dos Ben Lomond (Plangermaireener).
Como líder do Plangermaireener, ele organizava ataques de guerrilhas contra soldados britânicos na Tasmânia durante o período conhecido como a Guerra Negra. Manalargena tinha sido capturado por George Augustus Robinson e acompanhou-o, juntamente com Truganini em sua "missão amigável" para mover o restante da população aborígine para a Ilha Flinders. Infelizmente eles acreditaram nos invasores e foram traídos como foi Ganga-Zumba no Quilombo dos Palmares e Preto Cosme na Balaiada.
Em 1859 os números eram estimados em cerca de uma dúzia, o último sobrevivente morreu em 1876.
Sobrevivente do genocídio inglês foi à grandiosa mulher preta Truganini (1812-1876), sendo a última do seu povo. Teve uma vida difícil apesar de ser filha de um mangana (Chefe), pois com a presença dos invasores ingleses, a sua mãe foi assassinada por baleeiros, e o seu primeiro noivo foi morto ao tentar resgatá-la de um rapto. As suas duas irmãs Lowhenunhue e Maggerleede, foram seqüestradas e levadas para a Ilha Kangaroo, na região sul da Austrália e vendidas como escravizadas.
Abaixo uma foto dos últimos aborígenes da Tasmânia. Truganini é a última à direita.
Os restos mortais do povo da Tasmânia foram vilipendiados e expostos em museus como troféus de guerra e outros serviram para os estudos dos genocidas.
Um grupo de mestiços atualmente se diz descendente de ingleses e mulheres raptadas aborígenes, fato este em discussão porque perderem o fenótipo e a linguagem ancestral.
As conquistas européias devem ser estudadas como a prática abominável de racismo e destruição. O olhar simplório de simples avanço tecnológico, ou de missões cristãs deve ser sempre questionado. Os povos pretos foram e são as grandes vítimas da tentativa das civilizações brancas de se portarem como os donos do planeta e de suas riquezas. O racismo é anti-evangelho e todo aquele que o pratica serve a Sinagoga de Satanás.