quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

BATALHA ESPIRITUAL – AS CRIANÇAS BRUXOS DO CONGO

Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrista e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: kefingfoluke@hotmail.com

Com a invasão do continente africano e conseqüentemente a colonização, seqüestro e a escravidão de milhões de pretas e pretos, um dos fatores de dominação foram à imposição religiosa cristã branca na África e nas Américas.


Introdução
Na dominação territorial-política e econômica os momentos de genocídios desenvolveram-se paralelamente com a escravização mental, criando uma geração prisioneira da consciência. Fez-nos acreditar nos modelos políticos e econômicos estruturados pelo invasor europeu, tanto na África como na Afro – América. Exemplos contemporâneos, ao assistirmos com “alegrias e esperanças” a possibilidade de Obama tornar-se candidato a presidência nos USA. Enquanto no Brasil, vemos ensaios de grupos imponderados com propostas de nomes para o chamado “poder” na SEPPIR (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial): mudanças de nomes e continuação de velhas estruturas.
Percebemos a inoculação da escravidão mental, a continuação do modelo econômico-imperialista dos USA e do mesmo modelo de exclusão, desta vez com “algumas cotas”, para tentar calar a boca da maioria e beneficiando com cargos uma minoria sedenta do “poder” envolvida com os partidos políticos, os mesmos nomes que não conseguem pôr em passeata 10 mil pessoas e, ainda sim, afirmam representar milhões de pretas e pretos no Brasil.
Essa pequena reflexão versará sobre as mudanças estruturais no pensar africano e no seu viver religioso que afetaram o nosso povo modificando a sua identidade, comportamentos e maneiras de enfrentar os problemas sócio-políticos, destruindo o modelo de vida ancestral, favorecendo a dominação, nos dividindo e conseqüentemente nos explorando.
A mídia tem sido o meio caucasiano mais potente para concretizar a exploração através da escravidão mental. Ela detém um poder político-sócio-econômico considerável, atingindo veementemente com falta de respeito às religiões não brancas, afirmo isso, porque o alvo preferido da mídia religiosa evangélica no Brasil e na África está nas religiões afro-brasileira e ancestrais africanas, enquanto religiões européias como o Espiritismo Kardecista, não o é.
Para entendermos as desconstruções no viver religioso e no pensar religioso atual africano, tornar-se-á necessário citar, sem muitos detalhes doutrinas criadas dentro dos USA pelas igrejas brancas que atingem diretamente os africanos na África e seus descendentes na diáspora:
Maldição Hereditária
Na crença em maldições hereditárias a cultura africana é considerada maldita, e para que este crente que tem ligações com ela, se veja livre de suas maldições dos antepassados (apenas crer em Jesus não é suficiente), é necessário que ele ainda faça renúncias verbais e unções com óleo sagrado pelo corpo, para se desvincular de todo envolvimento (direto ou indireto) com a cultura preta que é neste contexto considerada demoníaca; e qualquer relação futura que ele venha ter com esta cultura, isso poderá ainda trazer de volta as maldições, para isso é aconselhável que este novo crente, se afaste totalmente da cultura demoníaca (cultura preta), para enfim adotar como padrão os valores euro-norte-americano de ser evangélico, como se estes valores culturais fossem de alguma forma mais puros, santos e superiores.
Batalha Espiritual
Na Batalha Espiritual o caso parece ser mais sério ainda para o preto, pois se olharmos cuidadosamente nos livros que tratam do assunto (principalmente dos E.U.A, traduzidos para o português. Ver o livro de ficção: Este Mundo Tenebroso, de Frank E. Peretti – Editora Vida) veremos que os exércitos de Deus são todos brancos e loiros e o exército do diabo são todos pretos e negros.
Os demônios expulsos em sessões de libertação destas igrejas, em grande parte são identificados como sendo do panteão das religiões afro, denotando assim uma implacável demonização desta cultura por parte dos crentes, que por herança histórica, passaram a ver todas as culturas que não são euro-norte-americana, como sendo obra do demônio.
Também os anjos, quando vistos em ditas experiências espirituais destes crentes brasileiros, estes seres espirituais são sempre brancos, loiros e de olhos azuis (padrão euro-norte-americano), e quando estas visões raramente fogem do comum, nota-se que o anjo avistado é ruivo.
E isso pode ser observado também nos livros de batalha espiritual do escritor Daniel Mastral, onde supostamente foi visto um anjo ruivo, o qual é apresentado como o mentor de Daniel Mastral (ex-satanista), conforme o próprio autor narra ao longo de sua história. Observa-se também, que durante esta narrativa, este anjo ruivo é identificado por Neuza Itioka(Grace), como sendo o próprio Arcanjo Miguel (o príncipe dos exércitos celestes).

http://www.jornalismogospel.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=9590
E congoleses estão indo para os USA reforçando a idéia da batalha espiritual: "A religião para eles não é como a ocidental", diz Jacob Olupona, professor de tradições religiosas africanas na Escola de Teologia da Universidade Harvard. "Não é vista simplesmente como significado e referência em uma ordem transcendental. A religião é vista como algo que funciona. Existe uma visão utilitária a respeito, e as pessoas procuram por soluções sob ângulos e maneiras diferenciados".
Os membros do culto dizem que, porque seus ancestrais não eram cristãos, viviam amaldiçoados, e que a África também vive uma maldição. Agora, os pecados dos pais recaem sobre os filhos.

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2165827-EI8141,00.html
Teologia Da Prosperidade
Fundada também nos USA essa teologia afirma que, todo crente tem que ser rico, não morar em casa alugada, ganhar bem, além de ter saúde plena, sem nunca adoecer. Caso não seja assim, é porque está em pecado ou não tem fé. O crente deve ter carro novo, casa nova (jamais morar em casa alugada!), as melhores roupas, uma vida de luxo. Dizem que Jesus andou no "cadillac" da época, o jumentinho. O cristão deve determinar, exigir, requerer, tomar posse.

Esses fatores econômicos atingem a maioria da população preta no mundo. Uma prosperidade que o alvo é se tornar rico igual os brancos norte-americanos e desejar usufruir do seu mundo capitalista, tornando-se uma apologia ao modo de viver dos USA, ocultando os interesses imperialistas de dominação e exploração dos USA. Convencer um povo através da religião que a prosperidade está a mãos é uma forma bem sutil de escamotear a verdade.
A Maldição Hereditária, A Batalha Espiritual e a Teologia da Prosperidade são concepções brancas neopentecostais nas quais podemos fazer uma leitura econômica de valores do neoliberalismo ao valorizar a riqueza e o individualismo.
Resultado dessa inoculação da escravidão mental no modo de pensar religioso e viver em muitas regiões africanas encontram casos espantosos na Terra-Mãe, como o que será citado agora, na Republica Federativa do Congo.
Congo – Terra Abençoada à Terra Amaldiçoada
A história do Congo é lindíssima e rica de acontecimentos históricos que nos orgulham de sermos descendentes também dessa região africana. O Reino do Congo ou Império do Congo foi um reino africano localizado no sudoeste da África no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola, a Cabinda, à República do Congo, à parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão. O comércio transatlântico de escravos à partida da embocadura do Congo para as Caraíbas e o Brasil cessou ao redor de 1862.

Em agosto de 1865 o rei Leopoldo II da Bélgica sem conseguir colonizar o Extremo Oriente voltou-se totalmente os seus interesses para o continente africano criando a Associação Internacional Africana (AIA) objetivando a exploração e “civilização” da África Central, sendo aplaudido pela grande iniciativa em setembro de 1876 na Conferência Geográfica ocorrida em Bruxelas por diversos representantes europeus, foi considerado um filantropo em planejar levar a civilização aos africanos e ajudá-los.
Atendendo ao convite do chanceler do II Reich alemão, Otto Von Bismarck, 12 países com interesse na África encontraram-se em Berlim, entre novembro de 1884 a fevereiro de 1885 para a realização de um congresso. O objetivo de Bismarck era que os demais reconhecessem a Alemanha como uma potência com interesses em manter certas regiões africanas como protetorados. Além disso, acertou-se que o Congo seria propriedade do rei Leopoldo II da Bélgica (responsável indireto por um dos mais terríveis genocídios de africanos), transformado, porém em zona franca comercial. Tanto a Alemanha, como a França e a Inglaterra combinaram reconhecimentos mútuos e acertaram os limites das suas respectivas áreas. O congresso de Berlim deu enorme impulso à expansão colonial, sendo complementado posteriormente por acordos bilaterais entre as partes envolvidas, tais como Convênio franco-britânico de 1889-90, e o Tratado anglo-germânico de Heligoland, de 1890. Até 1914 a África encontrou-se totalmente divida entre os principais países europeus (Inglaterra, França, Espanha, Itália, Bélgica, Portugal e Alemanha).
Com a Conferência de Berlim o Rei Leopoldo II consegue impor-se no Congo que é o segundo país em extensão territorial da África e dirigiu a colônia como se fosse uma possessão pessoal. Recebendo a sua parte na divisão da África. Vale ressaltar que o Congo tem cerca de 2,5 milhões de quilômetros quadrados e Bélgica tem uma área de 30 528 km². O rei Leopoldo II transformou o Congo no quintal de sua casa. O que ele fez no Congo foi explorar e auferir imensos lucros a sua filantropia foi baseada no genocídio de 10 milhões de africanos, nada devendo a Hitler e seu extermínio.
A invasão belga foi culpada de desequilíbrio ecológico, manifestação de epidemias como a varíola, matanças de milhares de elefantes para retirada do marfim, exploração desenfreada das riquezas minerais, desestruturação familiar e ruptura dos valores ancestrais, em todas essas questões a presença de missionários católicos e protestantes foi fundamental, com exceção para o Reverendo presbiteriano afro-americano William Henry Sheppard (1865 – 1927) - de terno branco - que denunciou veementemente as atrocidades dos belgas no Congo. Em 1908, após uma forte campanha da imprensa européia e mundial, que revelou as atrocidades que ali eram cometidas, a região deixou de ser um domínio pessoal do monarca e foi transformada em colônia da Bélgica, condição que se manteve até 1961, quando o Congo conquistou sua independência sob a liderança do pan-africanista Patrice Lumumba, criou o Movimento Nacional Congolês (MNC), primeiro partido formado numa base nacional, e não étnica que posteriormente foi detido sob a proteção dos soldados das Nações Unidas, Lumumba acabaria sendo entregue a seus inimigos e deportado para a província de Katanga, onde o líder local, Moisés Tchombé, a soldo de companhias mineradoras européias, o mandou assassinar juntamente com dois de seus companheiros.
Atualmente a região congolesa de Katanga possui alguns dos melhores depósitos mundiais de cobre e cobalto. Outras áreas do país possuem fontes ricas de minerais diversos, incluindo diamantes, ouro, ferro e urânio, o primeiro produtor mundial de Coltan, na África onde está 80% das reservas mundiais. A República Democrática do Congo (RDC) concentra mais de 80% das jazidas, dos quais se extraem metais mais cobiçados do que o ouro, onde 10 mil mineiros labutam todo dia na província de Kivu (no leste do Congo) O coltan é essencial para as novas tecnologias, estações espaciais, naves tripuladas que se lançam no espaço e às armas mais sofisticadas. Sendo estas áreas alvos da cobiça internacional dos países ocidentais e da China.
Ao Congo pouco restou à sua população após das atrocidades da colonização belga. Privados de qualquer dignidade humana, assolado pelas doenças trazidas pelos colonizadores caucasianos, pela guerra civil, outra herança direta das divisões instauradas pelos belgas, e mais recentemente pela corrupção no governo, restou-lhes apenas as esperanças de um milagre.
Milagres esses financiados pelo Governo às igrejas neopentecostais, nas igrejas do despertar, que já contam com cerca de 10.000 templos na capital, Kinshasa. Podemos citar: “Ministério da Fé Audaciosa”, “Ministério da Fé Abundante”, “Ministério do Combate Espiritual”, “Exército do Eterno”, “Exército da Vitória”, “Ministério do Poder”, “Igreja de Deus Vivo”, “a Arca Noé”, entre outras.
Essas igrejas utilizam dentro do seu arcabouço as doutrinas da maldição hereditária, instigam e propagam a batalha espiritual e são adeptas à Teologia da Prosperidade, que tem iludido e desestruturado a população do Congo e casos semelhantes também ocorrem em Angola com especialmente com a população Bakongo.
Com a colonização e cristianização do Congo surgiram novas igrejas de cunho neopentecostal como as igrejas do despertar,
Estas igrejas do despertar também estão ligadas à emergência de um novo fenómeno, "as crianças-feiticeiras": as famílias persuadem-se que a origem das suas desgraças se deve ao "feitiço" que um dos filhos teria lançado e acontece mesmo que este se convença que está dotado de poderes sobrenaturais ou maléficos. O desenfeitiçamento é da competência do pastor, pago pela família, acontecendo mesmo que a criança "culpada" seja posta fora de casa, indo então engrossar as coortes de crianças da rua. A criança pode também ficar a cargo do "religioso", que não se privará de recorrer à violência física e aos maus tratos. Esta explosão das "seitas" e das práticas mágico-religiosas reflecte a profunda desestruturação social criada pelos anos de guerra, pelo êxodo rural e pela deslocação forçada das populações. Resta esperar que, se o país retomar a senda do desenvolvimento, os Congoleses consigam preservar o melhor da sua prática religiosa e da sua "economia da solidariedade", desfazendo-se de todas as derivas.
http://www.enjeux-internationaux.org/articles/num11/pt/eleicoes.htm
“As igrejas do despertar são caracterizadas igualmente pelas curas milagrosas de todas as espécies de doenças, pela expulsão dos demónios (de pobreza ou de “bloqueio”, ou seja, os demónios que impedem que se obtenha um visto para o Ocidente), pelos transes com virtude catársicas.”
Os fieis dessas igrejas são utilizados, a exemplo do que ocorre no Brasil, como massa de manobra política e alicerce dos pastores que diferente da maioria população preta do congo são riquíssimos.
Para expandir e dominar as igrejas do Congo utilizam os programas televisivos chamados de “tele-evangelismo” que foram trazidos por missionários e pastores norte-americanos brancos, e tornou-se hoje um dos grandes poderes econômicos e políticos do congo.
“Os tele-evangelistas americanos, bem como numerosos evangelistas suíços, alemães e suecos financiarão inicialmente o desenvolvimento dos seus colegas congoleses. Estes patrocinadores estrangeiros foram-se sucessivamente retirando, desiludidos pelo facto dos pastores congoleses serem mais propensos a utilizar os seus subsídios para fins pessoais do que para fins religiosos. Mas, a máquina estava lançada, e o negócio lucrativo dos milagres não parou de prosperar no Congo.”
Uma das grandes atrocidades pregadas nas Igrejas do Congo é chamada de “Calvário das crianças-feiticeiras de Kinshasa”. Depois da destruição do modo matrilinear, destruições da base familiar preta e das sucessivas repressões às tradições religiosas originárias da população do Congo diversas crianças são acusadas de bruxaria, chamadas então de Kindoki, e conseguintemente abandonadas pelos pais.
Embora o impacto de inicio seja estarrecedor, cerca de 70% das crianças moradoras de rua na capital do Congo são acusadas de bruxaria e abandonadas pelos pais, com o incentivo das pregações dos pastores. De uma parte e de outra do rio Congo, os pregadores afirmam: o diabo esconde-se nos olhos desesperados das crianças abandonadas, acusadas de trazem com eles o mal e o pecado.
“Mama Louise Mujinga, 55 anos, partilha um alojamento nojento com quinze “crianças feiticeiras”. Os seus métodos de exorcismo são relativamente suaves: não recorre nem à pancada nem à tortura, submete as crianças a um jejum de nove dias, e dá-lhes apenas um bocado de pão e um copo de água ao pôr-do-sol. “Devem sofrer para se entregarem inteiramente a Deus e serem libertas do mal”, explica. Segundo ela, as crianças transformam-se frequentemente emanimais durante a noite. “Tu, em que é que te transformaste?”, pergunta a uma criança aterrorizada. “Em rato”, respondeu. “E tu?” pergunta a outro. “Em gato.” Outro rapaz afirma que se transforma regularmente em porco, outro, em cabra. “São muito perigosos”, continua Mama Mujinga. “Vejam esta criança. A sua mãe teve uma gravidez de onze meses. E apenas quando expulsei o demónio que estava nele é que ele pôde vir ao mundo. Aquele, além, paralisou o seu pai. O homem já não se podia mover. Então tive que expulsar o espírito maligno. Felizmente, tenho as minhas orações para me proteger.”
Há mais de 40.000 mil crianças acusadas de bruxaria na capital da Congo, que vivem escondidas, esse fato começou a ser denunciado pela ONG Save the Children:
A ONG "" denunciou ontem, o abusos e a violência de que são vítimas milhares de crianças, acusadas de bruxaria, na República Democrática do Congo um fenômeno que começou no início da década de 90, nas grandes cidades desse país africano.
A "Save the Children" publicou um informe, segundo o qual, em torno de 70 mil crianças são acusadas ou perseguidas por bruxaria, a maioria das quais, na capital do país, Kinshasa.
O informe revela que a perda dos valores tradicionais, o poder alcançado por alguns grupos religiosos como, por exemplo, a "Igreja do despertar", e o trauma dos anos de guerra (que deixaram um saldo de quatro milhões de mortos e um milhão e 600 mil deslocados) têm levado a coletividade a considerar certas crianças como uma possível ameaça, da qual é preciso se proteger.
Alguns eventos naturais ao crescimento de uma criança são considerados, por alguns pregadores e por numerosas famílias congolenses como "sinais inequívocos de bruxaria": debilidade física, magreza, baixa estatura, aspecto de desnutrido, sujeira, epilepsia, desordens de comportamento, desobediência, má-educação, nervosismo e incontinência urinária, além do fato de vagar pelas ruas, tudo isso pode ser sinônimo de que a criança é uma bruxa ou um bruxo. A maioria dessas "características" é própria da adolescência e, outras tantas derivam da pobreza e do escasso nutrimento.
Os pregadores da "Igreja do despertar" asseguram que a bruxaria é capaz de provocar danos, de trazer má sorte, de contagiar enfermidades e desencadear matanças. Essa "seita" religiosa atua graças a doações que obtém, por meio de exorcismos, e conta com a condescendência de funcionários estatais, aos quais paga consistentes subornos. (AF)
Fonte: Rádio Vaticano
http://noticiascristas.blogspot.com/2007/07/congo-violncia-contra-crianas-acusadas.html
A multiplicação de igrejas evangélicas, pentecostais ou africanas havida desde finais dos anos 1980 em Angola e no Congo acompanhou o crescimento das denominações pentecostais em outras partes da África e do mundo.
No Brasil podemos notar posicionamento semelhante:
A Serviço Do Diabo
Para Elinaldo Renovato de Lima, líder da AD em Paranamirim (RN), desmascara as verdadeiras intenções da obra. "As crianças são alvo predileto do diabo. Ele quis matar os meninos de Belém, visando a Jesus. Graças a Deus, seu plano foi frustrado, pois os pais de Jesus obedeceram à direção Divina, tirando-o para bem longe dos que queriam destruir sua vida. Era o 'projeto Herodes'. Esse projeto continua em vigor. O diabo quer destruir as mentes infantis, levando-as a crer que existem poderes sobrenaturais que podem ajudá-las na luta entre o bem e o mal. É uma trama diabólica, pois, usando o mal, o inimigo das crianças faz com que elas acreditem que estão sendo ajudadas. Harry Potter é mais uma das armadilhas do diabo", denuncia pastor Elinaldo.
Pastor Elinaldo faz um paralelo com um dos períodos negros da humanidade registrado na Bíblia: "O menino bruxo está fazendo com que milhares de crianças no mundo deixem de crer no poder de Deus para crer no poder da bruxaria. No Antigo Testamento, em Canaã, antes da chegada de Israel, pais jogavam seus filhinhos no fogo, nos braços do deus moloque. Hoje, crianças são lançadas diretamente nos braços de satanás".
A preocupação do Pastor Elinaldo Renovato de Lima tem todo fundamento. Basta lembrar da declaração da escritora diante dos primeiros protestos, em entrevista ao The London Times, edição de 17 de julho de 2001. "Acho que é uma total bobagem protestar contra os livros infantis, dizendo que estão atraindo as crianças a Satanás... As pessoas deveriam estar contentes por isso! Esses livros guiam as crianças para uma compreensão que o fraco e idiota Filho de Deus é uma fraude", afirma a escritora. Não é à toa que nos livros de Rowling todas as pessoas que não são bruxos são chamados de "estúpidos" ou "trouxas".
"Creio que tal declaração dispensa mais comentários. Está mais do que claro que os Pais Cristãos devem manter seus filhos à distância dessa literatura perversa e maligna, que tem por objetivo afastar ainda mais as crianças de Deus e iniciá-las na bruxaria.
A Bíblia tem razão: "Instrui o menino no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele", Pv 22.6. Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais; porque dos tais é o Reino de Deus", Mc 10.14. Que os Pais Cristãos zelem melhor pela vida de seus filhos, afastando-os do 'projeto herodes', como os pais de Jesus o fizeram", alerta o ministro.
Leia toda a declaração: http://www.marciobatista.jor.br/diaforos/pontosponderar/midia/pontos_harry3.htm
Os novos ventos doutrinários criados nos Estados Unidos da América se direcionaram especialmente para a América Latina e a África objetivando manter a dominação política, as quais com extrema sagacidade atacam a ancestralidade e hoje atinge as crianças especificamente no Congo e de maneira diretamente também no Brasil. Crianças-bruxos no Congo expulsas de casas acusadas de feitiçaria e crianças pretas no Brasil que odeiam sua ancestralidade por acharem que são descendentes de feiticeiros. É necessário que estejamos alerta e protejamos as nossas crianças denunciando a falácia da maldição hereditária e da batalha espiritual que domina os meios de comunicação e nos atinge independente da prática religiosa.
Não podemos permitir que envenenem o nosso povo e o caminho é a solidariedade panafricanista: Um só povo e uma só luta.

8 comentários:

Anônimo disse...

O texto nos mostra como às vezes somos ingênuos com esse radicalismo ancestral:

Não gosto de bruxarias, me apartei das religiões dos ancestrais, graças à Deus e não tenho nenhum problema em dizer isso. E olha que as conheço muito bem!
As piores coisas que aconteceram em minha família (de 1º grau e parentes próximos e distantes)
foram causados pelo engano de servirem a essas religiões.
Meu Deus, que períodos de escuridão! Quantas coisas ruins aconteciam.
Sem falar das coisas absurdas/malígnas que eu ouvia as pessoas pedindo aos santos/orixás nos centros e a destruição de muitas pessoas, famílias, inocentes, através da tal bruxaria (ou trabalhos).
EU VI COM MEUS PRÓPRIOS OLHOS!
OUVI COM MEUS PRÓPRIOS OUVIDOS!
Pelo Amor que tenho a Jesus, nunca mais quero estar no meio disto!
Aos poucos, fomos nos voltando para a luz, um membro da família, depois outro e outro...
Deus ainda está limpando e restaurando corações com seu amor.

Então,
não precisa mídia, nem ninguém para fazer nossa cabeça. Basta olharmos com os próprios olhos e raciocinarmos. É infinitamente melhor e mais gratificante amar que odiar; fazer o bem que fazer o mal. Se me amo, tenho capacidade de amar o outro e aceitá-lo como igual, semelhante a Deus.

"Patuás", "guias", "fazer trabalho", "desfazer", "devolver", "fechar corpo", "bater cabeça", "gira", "bebidas alcoólicas", "cigarros/charutos" e tantas coisas que destroem o corpo(templo do Senhor) etc.etc.etc...........aff....tô fora!
Deus nos dê livramento!

Não me importa a cor de Jesus, a cidade que Ele nasceu, e qual o país ajudou a divulgar sua Palavra. A única coisa que me importa é a transformação (espiritual, comportamental, moral, etc.) que Ele fez em mim e em muitas pessoas que conheço; os ensinamentos que Ele deixou; o amor (jamais superado) que Ele demonstrou para com outro ser-humano, sem se importar com a etnia. Os valores (tesouros sociais) que Ele ensina, os quais jamais ouvi e vi nenhum líder espíritual dos meus ancestrais ensinar, estando encarnado ou desencarnado (?).

Se o povo do Congo está seguindo líder(es) enganoso(s), é por falta de conhecimento. E esses tais (que a Bíblia pede para estar alerta - falsos profetas) pagarão pela pregação errônea dos ensinamentos de Jesus e da Palabra de Deus.

Quem conhece Jesus, o mínimo que seja, sabe que esses ensinamentos não provém Dele,
pois "nossa luta não é contra a carne, mas contra principados e potestades".
Estes últimos sim, quando querem destruir o ser-humano (obra de Deus) não escolhe etnia, origem, nível social, intelectual, etc.

Ubiratan de Mattos disse...

Estou com vergonha de ter nascido branco.O que eu posso fazer para ajudar a reverter toda essa barbarie?

Anônimo disse...

Quem conhece Jesus, o mínimo que seja, sabe que esses ensinamentos não provém Dele,
pois "nossa luta não é contra a carne, mas contra principados e potestades".
Estes últimos sim, quando querem destruir o ser-humano (obra de Deus) não escolhe raça, origem,
nível social, intelectual, etc.

É por falta de conhecimento que nosso povo é o que mais abandona sua descendência. Não somente no Congo/África, mas no mundo todo.
Vejam no Brasil, o número maior de crianças deixadas nos orfanatos e instituições e o número de crianças não adotadas!

Esse abandono não tem nada a ver com o modelo europeu de religião, nem com imperialismo americano. Tem a ver com amor. Amor que nosso povo não tem pelos seus entes queridos.

Quando fiz um dos meus cursos de graduação, tive a disciplina Anatomia e os corpos para estudos (indigentes não reclamados pelos parentes a mais de 5 anos doados para pesquisa) eram todos negros. Raramente tinha corpos de brancos. Eu ficava até constrangida na aula.
Como nosso povo não cuida de si nem dos seus! É triste! É um ciclo vicioso de abandono: homens abandonam sua esposa e filhos, mães abandonam seus bebês, suas crianças, seus adolescentes; todos abandonam seus idosos.(de onde vem esse auto-descaso?)
Isso é falta de Deus!
Isso é falta de Cristo!
Quando aprendemos, através da Palavra que a família é a célula mais preciosa para Deus, entendemos bem o porquê.

Se algum dia a religião dos meus ancestrais ensinar:
o valor da família, a importância e a força da unidade familiar;
o não-abandono;
a fidelidade e lealdade;
o amor aos entes;
o provimento e cuidado com aqueles que estão sob nossa responsabilidade divina e social;
o fortalecimento para ficar longe do mal (vícios; promiscuidade que traz doenças; promiscuidade sem cuidados que traz gravidez indesejada; etc.);
perdão;
perseverança;
paz;
amor por si e pelos outros;
reivindicação de direitos dentro do que justo para Deus;
etc.
Quando existir o mínimo disso na religião dos meus ancestrais, talvez eu pense em voltar a considerá-la, porém nunca sairei do caminho que Jesus me indicou, através do que me ensina diariamente.

Infelizmente vivenciei infinitamente mais coisas negativas que positivas neste caminho ancestral.

Ubiratan de Mattos disse...

Estou com vergonha de ternascido branco. O que posso fazer para ajudar a reverter essa barbarie?

Priscila Lilith disse...

Nossa, é assustador descobrir novas formas de opressão que os brancos fazem em nome de Deus.
Não acaba nunca!
Até quando o nome de Jesus será usado pra destruir, oprimir e afastar as pessoas da própria divindade?
Até crianças?
Meu Deus, fiquei chocada.
Tá na hora de agir! Tá na hora das pessoas que se dizem "o povo de Deus" realmente agirem como tal.
Precisamos denunciar esse tipo de falso evangelho.
Precisamos reconhecer que, apesar de novas leis hipócritas, o racismo é real, e muitas vezes é velado, o que é muito pior.

O texto é muito bom, muito esclarecedor.
Parabéns!
E força na luta do dia-a-dia.

Deus/Deusa abençõe!

Priscila
http://chegadesexismo.blogspot.com/
http://contosdeliliths.blogspot.com/

Unknown disse...

munto bom seu texto , e ate hoje esse povo usa o nome de jesus em vão , mataram diversas pessoas durantes eram ,emganaram ,manipularão,Jesus nunca oprimil ninguem , mais as pessas continuam usando seu nome em vão ,espero que um dia nossos irmãoes negros no brasil despertem desta aminesia que nos faz pensar que somo descendente de adoradores do demonio ,hoje eu sei que somo todos filhos de kemet e estou fazendo minha parte ,vamos unir gente ,por que nos ja despertamos deste pesadelo .e fazer como nosso irmãoes na mãe Africa lutar e vencer , um abraço (Faráo

Anônimo disse...

Está na hora de reconhecermos nossas falhas enquanto povo e parar de culpar o branco por tudo de ruim que nos acontece e nos aconteceu. - nem tudo é culpa deles. Por exemplo, nossa fraqueza de laços.
Pais que largam seus filhos diante da primeira doutrina enganosa que aparece é triste. Falta de amor não tem nada a ver com influência dos outros, como escreveu nossa amiga. Nenhum povo do mundo faz isso, por mais pobre e aculturado ocidental que seja: índios, aborígenes, indianos, etc. ninguém larga seu filho - fruto do seu ventre - sua cria - porque um fulano chegou e fez a cabeça! A menos que não tenha compromisso e responsabilidade com sua prole e falta de amor humano ou até instinto animal. Daí é muito mais fácil culpar o branco, se fazendo de ingênuo.
Quando nosso povo vai assumir sua parcela de culpa nessa história? Temos que parar de se colocar como ingênuos! De coitadinhos!
As gerações futuras precisam que sejamos fortes!
A maioria dos adoslescentes estão se perdendo nas drogas no Brasil!
Tá na hora de tomarmos as rédeas e cobrarmos de nós mesmos o amor e cuidado conosco.
Se o branco não quer nos amar, problema deles. Mas nos respeitar é fundamental, é dever.
O amor fortalece! Amemo-nos a nós mesmos, para cobrarmos o que é justo.

Ainda não fui a África, mas o que chega para nós sobre o povo de lá é que eles ficam se matando uns aos outros, em tribos e gangs rivais. O opressor é negro, principalmente no Congo. Os soldados que espancam e matam os mais pobres, estupram as mulheres são os próprios negros armados.
As mulheres são abandonadas depois do estupro porque seus maridos ficam com vergonha delas e não querem mais ter ao lado uma mulher que foi estuprada pelos soldados. Que espécie de amor é esse? Na hora que sua esposa mais precisa o negão abandona ela, rapaz? Que que é isso, brother?
Só o cristianismo pode salvar nosso povo!
Só o cristianismo poderá fazer nosso povo vencedor, forte, poderoso!

Martin Luther King tinha e têm toda razão.

*******
O Dr. Martin Luther King, Jr. (15 de janeiro de 1929, Atlanta, Geórgia – 4 de abril de 1968, Memphis, Tennessee) foi um pastor e ativista político estadunidense. Pertencente à Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho".

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King

([säm]) disse...

Até mesmo pq....eu mesma que sou bruxa jamais faria isso com meus filhos...nem com qualquer outro.

Não entendo porque sempre há uma necessidade de se afirmar sobre outra religião ou pessoa...ou estado civil...ou renda...o que for...pra provar que o seu é certo...pq tem-se que ficar marginalizando os outros para provar que só existe um caminho?

Poxa meo! O texto postado foi maravilhoso...porque foi muito mais além do que o estado atual de como está o Congo...foi na causa do problema: a cobiça que veio com a colonização....a cobiça do mundo pseudo desenvolvido em cima do Congo...

Foi só através do egoismo que a situação ficou como ficou...a pobreza...desestruturação familiar...tudo isso veio do egoismo e falta de amor. Agora venha me dizer que é pq as crianças nascem bruxas! Qual é! Botar a culpa no escroque do pastor??? Falta de Jesus??? Me poupe!!!

A culpa é de cada um que aceita que outro pense por ele! Se alguém me dissesse que Jesus disse que devo me fazer uma coisa que ele fez, mas que no caso faria sofrer as pessoas ao meu redor e me prejudicar...eu mandava a merda ¬¬"" Não vou seguir o que uma pessoa diz só pq fulano fez. Mas se o que ele fez foi digno e virtuoso...seguirei! Se for para o bem de todos e do meu também...seguirei! Não importa se foi Jesus...ou Buda...ou quem quer que seja que tenha feito...preto...branco..amarelo...verde...

São nossas ações que revelam quem somos.

Assim como os cristãos acreditam que foram as ações de Jesus que revelaram quem ele verdadeiramente era...a despeito do que qualquer um acredite ou deixe de acreditar.
)O( Abençoados sejam

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