Por Ulisses Passos.
Bacharel em Direito (Estácio de Sá/FIB),
Acadêmico de Línguas Estrangeiras da UFBA,
Pan-Africanista.
Pesquisador das relações étnico-raciais e jurídicas.
Pseudônimo: Aswad Simba Foluke. E-mail: ulisses_soares@hotmail.com. Facebook: Ulisses Passos.
Acadêmico de Línguas Estrangeiras da UFBA,
Pan-Africanista.
Pesquisador das relações étnico-raciais e jurídicas.
Pseudônimo: Aswad Simba Foluke. E-mail: ulisses_soares@hotmail.com. Facebook: Ulisses Passos.
Um ótimo filme de produção inglesa para a televisão estreou no Channel 4, em 30 de agosto de 2010, é uma excepcional história de luta de uma mulher para a liberdade da escravidão moderna. Dirigido por Gabriel Ranger e escrito por Jeremy Block, estrelados pela linda atriz nigeriana de 25 anos de idade, radicada na Inglaterra, Oluwunmi Olapeju Mosaku. Deleita-nos com uma interpretação brilhante, onde Malia nos leva a uma reflexão aprofundada e visceral do problema que passou a personagem e sua luta de superação.
Malia nunca esqueceu quem ela é: uma jovem Nuba orgulhosa que teve uma infancia feliz com os seus pais amorosos e dedicados. O costa-marfinense, Isaach de Bankolé, que já participou de mais de 30 filmes, interpreta Bah, o pai de Malia, um guerreiro Nuba que amava a sua família. Outra personagem de destaque é a atriz belga de origem árabe, Lubna Azabal, que interpreta a senhora opressora.
O filme busca retratar, principalmente, a história de Mende Nazer, escritora e ativista dos direitos humanos e uma ex- escravizada no Sudão. Mende Nazer é uma princesa do povo Nuba, seqüestrada aos doze anos de idade e escravizada após ataque de milícias muçulmanas pós-governo a sua aldeia nas montanhas. Durante seis anos foi escravizada por uma família na cidade de Cartum, capital do Sudão, vítima de pressões psicológicas, forçada ao trabalho doméstico e abusada sexualmente. No ano de 2000, aos 18 anos de idade foi enviada como escravizada para o diplomata sudanês Abdel al Koronky na cidade de Londres, onde o seu martírio continuou. Conseguindo fugir da escravidão em 11 de setembro de 2000 com a ajuda de um compatriota do Sudão.
Empreendeu uma grande luta para conseguir asilo político na Inglaterra, tendo seu pedido negado, recebeu apoio de grupos importantes anti-escravidão moderna, e teve a autobiografia, intitulada: Slave – The True Story Of Girl’s Lost Childhood and Her Fight for Survival escrita por ela e Damien Lewis publicada na Alemanha, com o impacto do livro a Inglaterra lhe concedeu asilo permanente.
A imprensa britânica , após esse episodio, tem constatado a veracidade de milhares de fatos, recentemente o jornal Daily Telegraph publicou um artigo do jornalista Heidi Blake o qual entrevistas policiais que investigam e vítimas da escravidão. O Diretor-Superitendente de Polícia Richard Martin, relatou:
- "Algumas das experiências, as vítimas são literalmente acorrentadas a pia da cozinha, trabalhando 20 horas por dia, 7 dias por semana para ganhar pouco ou nada.
-"Há outras que só foram autorizadas a comer as migalhas da mesa da cozinha, deixadas pelas crianças no fim das refeições, para que eles não eram sequer alimentados corretamente. E em torno de tudo o que você tem pessoas sendo agredidas e abusadas pelas famílias que estão dentro. Tivemos mulheres que foram estupradas. "Ela acrescentou que um número de casos suspeitos em curso envolvidos com imunidade diplomática. Esta é uma criminalidade grave perpetrada pelos diplomatas estrangeiros, alguns dos quais estão envolvidos em um sistema de escravidão moderna. Os casos que foram relatados têm sido horríveis, de terror e brutalidade, enfrentada por aquelas presas pela escravidão doméstica em Londres e no Reino Unido."
- "Kalayaan, uma instituição de caridade com base no oeste de Londres, ajuda cerca de 350 trabalhadores migrantes que foram forçadas à escravidão a cada ano. Cerca de 20 por cento deles relatam ter sido agredidas fisicamente por seus empregadores."
A escravidão moderna de homens e mulheres pretas africanos, infelizmente, ainda é uma realidade em países europeus, asiáticos e africanos. Supõem que na Inglaterra existam 5.00 mil escravizadas e no Sudão 20.00 mil. Famílias inglesas trazem 15.00 trabalhadores domésticos a cada ano e centenas empreendem fuga
Um bom filme para toda a família, ótimo para se fazer uma reflexão sobre a situação de africanos que ainda sofrem o descaso nos seus países e servem como mão-de-obra escravizada nos países europeus, outrora escravizadores.
Assista o filme no Youtube, clicando aqui.
Trailer: I AM SLAVE
ACESSE PRETAS POESIAS:
4 comentários:
DEIXA DE HIPOCRISIA CARA!!!
E o detalhe mais interessante é que ela era escrava de negros e não dos brancos malvadões...Que engraçado isso não? Os próprios negros foram responsáveis por boa parte de suas desgraças mas continuam insistentemente jogando a culpa contra nós brancos.
Legio Victrix.
Sr anônimo, realmente a prática de escravidão semre existiu na áfrica, assim como na Europa e em vários outros lugares. Assim como brancos já escravizaram e colocaram na servidão outros brancos, também negros escravizaram negros.
Ainda ocorre isso na áfrica (não só lá, mas também nas sociedades ditas civilizadas da Europa), mas não da forma como era a séculos atrás, antes do contato com a sociedade européia moderna.
Antes a escravidão, assim como na Idade Média e Antiga da Europa, era por divídas, guerras, mas não se comprava a vida de uma pessoa da mão de terceiros.
Se eu tivesse uma dívida contigo ou perdesse uma guerra pra você seria seu escravo, jamais de outra pessoa, e, no primeiro caso, quitando a dívida, estaria livre.
O que se vê no filme é uma prática de escravidão empreendida pelos europeus, onde se aproveitaram das guerras entre os povos africanos para comercializar vidas como se fossem coisas.
Malia foi sequestrada por negros africanos, mas quem a tratava como coisa era a família árabe, seguindo preceitos europeus.
Mesmo que a cultura árabe não seja européia, vê-se que a família branca que escraviza Malia segue a risca pensamentos que foram introduzidos na sociedade moderna e na atual pelos europeus, como quando ela fala "Olha só, a macaca ainda está com a língua pra fora!" ou algo parecido, faz alusão clara ao pensamento empreendido por teses científicas européias de que o negro é o mais próximo dos seres humanos com os macacos.
Mas ainda não se provou que o negro seja mais ou menos próximo dos macacos do que as outras raças humanas.
Como esse cara após assistir essa história comovente vem aqui fazer um comentário desses? A síntese de tudo o que ele viu é essa? De que a "culpa" pela escravidão desses escravizados negros é dos próprios negros? Após uma história tão tristemente profunda o sr. anônimo deu um jeito de vitimar o autor dessa forma de escravidão defendendo àqueles que tem a cútis branca como a sua? Que mente repugnante!
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