domingo, 15 de novembro de 2009

DIMONA – A COMUNIDADE DE HEBREUS NEGROS EM ISRAEL- ALIMENTAÇÃO VEGAN

Por Walter Passos, historiador, panafricanista, afrocentrista, teólogo e membro da COPATZION (Comunidade Pan-Africanista de Tzion). Pseudônimo: Kefing Foluke.
E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br

Skype: lindoebano

Dimona (דִּימוֹנָה) é uma cidade em Israel no deserto de Negev, distante 36 quilômetros ao sul de Berseba e 35 quilômetros ao oeste do Mar Morto, acima do vale do Arava no distrito do sul de Israel. O Município de Dimona foi uma das cidades em desenvolvimento que foram criadas na década de 1950 com a liderança do primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion.
Sua população no final de 2007 foi estimada em 33.600 pessoas.
O nome da cidade é originária do texto em Josué 15:21-22:
"As cidades pertencentes à tribo dos filhos de Judá, no extremo sul, para o lado de Edom, são: Cabzeel, Eder, Jagur, Quiná, Dimona, Adada."
Criada na década de 50 do século passado recebeu imigrantes da África do Norte, durante os anos 1980, a população da cidade começou a crescer novamente com o início da imigração russa na década de 1990.
Com o início de o programa nuclear israelense perto da cidade foi criado o Centro de Pesquisas Nucleares de Negev. Também Dimona faz parte da transformação de energia solar de Israel, e fora do Complexo Industrial da cidade há dezenas de espelhos solares cujos raios incidem em uma torre que por sua vez, aquece uma caldeira de água para criar vapor, girando uma turbina para gerar eletricidade.
Dimona é o lar de 3.000 Hebreus pretos que começaram a se instalar na cidade no ano de 1969 liderados pelo líder espiritual Ben Ami Ben-Israel e há outros hebreus pretos em Arad, Mitzpe Ramon e na área de Tiberíades.

Amin Bem-Israel nasceu em Ben Carter no ano de 1939 em Chicago, nos Estados Unidos da América, trabalhava em uma indústria de fundição de peças de avião. Certo dia um colega de meia-idade aproximou-se dele na fonte de água e perguntou:
-"Você sabe que o nosso povo é descendente dos israelitas bíblicos?"
Ben Carter riu, achando que aquilo era uma piada. E comentando sobre o episodio disse:
- "Naquela época, eu estava totalmente focado no sonho americano, tinha um bom emprego, e em alguns anos eu teria um carro novo, talvez em uma década, ter minha própria casa e pagar por isso até eu morrer.”
O colega de trabalho persistente mostrou na Bíblia e informou que as Tribos de Israel haviam migrado para a Costa Oeste da África, onde milhares de anos mais tarde, os comerciantes de escravizados os raptaram cativos para a América. Esta verdade ainda escondida de milhões de africanos na América mudou a vida de Bem Carter que começou ansioso para espalhar a palavra, reunindo classes em sua casa para dizer aos outros afro-americanos sobre sua herança e se autodenominou Ben Ami Ben-Israel, (בן עמי בן – ישראל); significa em hebraico (Filho do meu povo, filho de Israel) e a sua idade era de 22 anos.
Afirmou ter tido uma visão do anjo Gabriel no ano de 1966 que o instruía a ir para Israel, terra dos seus ancestrais e instaurar o reino de Yah. Apesar de grandes dificuldades conseguiu reunir 350 seguidores no ano de 1967 e os levou para a Libéria, pais da África Ocidental fundado por ex-escravizados dos Estados Unidos em 1800, com o propósito de purgá-los do espírito oriundo da escravidão e da vida do mundo ocidental na América. Chegando à Libéria foram viver em cabanas e tiveram que aprender a sobreviver com as benesses da terra: banana, abacaxi, abacate, laranja e arroz oferecido pelos nativos. Depois de dois anos e meio muitos desistiram da vida dura e retornaram para os Estados Unidos da América para o “sonho americano”.
Em 1969, Bem Amim enviou cinco famílias para Israel alegando a Lei do Retorno e vários meses depois ele foi com mais 38 pessoas e em 1970 chegaram mais 49 pessoas em Israel.
As relações da comunidade com o governo askenazi de Israel foram tempestuosas. Não foram reconhecidos cidadãos e não tinham nenhuma intenção de sair. O Supremo Tribunal de Justiça, só deu uma alternativa: Os hebreus negros tinham que se converter ao judaísmo. Bem Amin disse que eram os verdadeiros hebreus e estavam na terra dos ancestrais, sendo este fato verdadeiro. Foi negada a autorização de trabalho levando os hebreus negros a extrema pobreza, inicialmente. Aos poucos o impasse fora resolvido, pois o governo de Israel não querendo ser acusado de racismo paulatinamente os autorizou a trabalhar em 1991, em 1995 a autorização para residência temporária, no início de 2004, a comunidade foi concedida o estatuto de residência pelo Ministério do Interior.

Em 2008, o presidente israelense, Shimon Peres fez uma visita histórica para a comunidade de Dimona e, em 2009 os primeiros membros da comunidade hebraica começaram a receber status de cidadania no interior do Estado de Israel.

A vida dos hebreus em Dimona tem se estabilizado pelos seus próprios esforços e por
benefícios do estado israelense, recebem bolsas do Israel's National Insurance Institute, como o apoio as crianças, assistência a deficientes, auxílio à renda, aos idosos e o Ministério da Educação subsidia uma escola de 700 alunos que estudam em 14 classes.
Conseguem a maioria das suas rendas do seu famoso coral, da oficina de costura que abastece a comunidade com suas roupas coloridas e de seu restaurante vegetariano no centro comercial de Arad, junto com uma fábrica de produtos alimentares vegetarianos.
Possui um restaurante vegetariano em Tel Aviv, os seus músicos tocam em Israel e em todo o mundo, excursionando os E.UA, Europa e África quer unicamente com seus próprios membros, ou como parte de outros grupos israelenses. Eles criaram o seu próprio gênero musical, que eles chamam Songs of Deliverance, e produzem CDs.

THE POWER OF LOVE (S.O.T.Y.)


O estilo de vida da comunidade coloca uma grande ênfase na dieta, espiritualidade e família. Eles mantêm uma dieta vegan e frequentes exercícios . As colheitas da comunidade são seu próprio alimento, administram suas próprias escolas, e operam o seu próprio hospital, uma unidade de cuidados pré-natal/pós-natal.
Notavelmente tem atraído a atenção de cientistas e profissionais de saúde é o status incontestável de boa saúde que existe entre os moradores da comunidade. Por exemplo, "um estudo médico realizado em Dimona por pesquisadores americanos em 1998 encontrou a comunidade livre de doenças típicas de Africano-americanos, tais como hipertensão, obesidade e colesterol alto", Os médicos descobriram que apenas seis por cento das pessoas na comunidade Dimona vegan sofria de pressão alta, contra 30 por cento dos homens e mulheres negros nos Estados Unidos. Obesos apenas cinco por cento da comunidade Dimona, em comparação aos 32 por cento da comunidade negra nos Estados Unidos (estudo de 1998).
Os habitantes de Dimona sabiamente não colocam aditivos nos cabelos porque sabem da importância da melanina, e os cabelos na comunidade africana e afro-diásporica são os mais atingidos pelas químicas feitas pelos brancos que tendem a descaracterizar e caricaturar as belas mulheres negras, trazendo doenças e baixando a autoestima. Particularmente, não entendo porque as mulheres negras têm os cabelos fortes e lindos e querem parecer com os cabelos fracos e sem vida.
"No mundo de hoje, o homem criou tantos desvios de substituições e para a verdadeira adoração a Deus que as pessoas perderam o seu caminho. Nós percebemos o quão longe fomos levados para longe de Deus e se surpreendeu com as mudanças drásticas necessárias para esses de nós que desejavam cumprir a nossa responsabilidade para com Deus como hebraico-israelitas. No entanto, nós nos comprometemos com o alto grau de coragem e disciplina necessária para estabelecer um estilo de vida alternativo que está em harmonia com os ciclos de Deus.”
- Declaração de filosofia pelos Africanos hebraicos Israelitas de Jerusalém
A mortalidade infantil em Dimona é zero, e Ahmadiel Ben-Yehuda, curador do museu histórico da comunidade pergunta retoricamente:
"Se a vaca come verduras, e carne da vaca é saudável o suficiente para nós, para comer sua carne, então por que não vamos diretamente ao que a vaca está comendo?"
E continua:
-"Há muitos funerais na África. Existem hospitais, mas nunca é suficiente. Temos de parar e perguntar o por quê?"
É porque já virou as costas para os presentes mais simples, mas rica de Deus - todas as frutas e legumes que crescem facilmente em torno de nós.
"Os africanos estão comendo arroz branco polido da América, em vez de arroz cultivado localmente porque fomos enganados em pensar que qualquer coisa branca é boa e tudo o marrom é inferior, que é o problema".
"Se você alimenta as crianças com leite de vaca, não deve se surpreender quando se tornarem obesos como a vaca. O leite de uma vaca é para bezerros que pesarão três toneladas quando crescerem".
"A música que ouvimos é tão importante quanto o que é ingerido em nossos corpos. Nós nunca podemos por um momento subestimar o poder da música e do seu impacto, individualmente, sobre o nosso estado de espírito e coletivamente, sobre o nosso meio ambiente". - Declaração sobre a música dos hebraicos Africanos Israelitas de Jerusalém.
"O homem come para reabastecer o corpo de nutrientes essenciais. É claro que o homem foi criado a partir da terra e seus minerais e, portanto, ele tem uma relação significativa com a fonte da qual ele foi criado. Deus, em Sua sabedoria onipotente, sabia homem tinha que ter alimentação adequada para garantir a sua existência sobre a terra. Daí foi destino de Deus, na gênese da criação do homem, para fornecer a dieta perfeita Divino base de ervas e árvores do campo.”
- Declaração sobre a dieta dos Hebreus Negros de Dimona.

AFRICAN HEBREW ISRAELITE'S ORGANIC FARM PT 1


Hoje, a próspera comunidade de Dimona em Israel pretende servir de modelo para outras comunidades ao redor do mundo. Os Africanos hebraicos israelitas continuam a expandir sua presença em todo o mundo, com centros comunitários e sua própria cadeia de restaurantes vegan em Israel, Gana, E.U.A. Ilhas Virgens, e todos os Estados Unidos (Chicago, Houston, Washington DC, Atlanta, St. Louis, Cleveland, Tallahassee, Charleston, Vicksburg).
Os hebreus Africanos enviaram alguns de seus membros para a África para trabalhar com as comunidades, na esperança de encorajar mudanças de estilo de vida.
No Benin, eles estabeleceram uma fazenda orgânica e uma escola de agricultura e nutrição. Em Gana, há uma fábrica de produtos de soja, um restaurante de comida vegetariana e um moinho de arroz local. Na África do Sul, eles têm um projeto de nutrição para pessoas vivendo com HIV.
Enfrentam as dificuldades da importação dos alimentos processados que mudaram drasticamente os hábitos alimentares dos africanos e as comidas fast-food na África urbana, que maldosamente através dos interesses internacionais ocidentais desejando o lucro através das doenças produzidas pelos alimentos, os africanos preferem os enlatados nas prateleiras dos supermercados, os sucos de laranjas cheios de aditivos do que as próprias laranjas do quintal.
Apesar de todas essas conquistas e a coragem de requisitar a terra dos nossos ancestrais e viver uma vida no estilo vegan, os hebreus de Dimona sabem no intimo que os judeus (askenazis) não são os verdadeiros hebreus. Tiveram que aceitar o Judaísmo para sobreviver e participam da vida ativa em Israel, inclusive enviando seus jovens para o Exército. Foram alvos de investigação do FBI que consideram os verdadeiros hebreus no planeta como perigosos, porque requisitam a recuperação da nossa verdadeira identidade e proclamam essa verdade a todos os africanos que vieram cativos para as Américas, conforme as profecias de Deuteronômios capítulo 28.
Sabemos que antes da volta de Yahoshua estes fatos ocorrerão e alguns dos hebreus teriam que voltar a terra dos seus ancestrais. Yah os abençoe e tenha misericórdia deles porque Yahoshua está voltando e restaurando o seu verdadeiro povo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Estimado Walter Passos
tenho acompanhado as suas escritas. Esta afirmativa sobre estes cabelos naturais me deixa em dúvida pois pelas minhas andanças em paises africanos e mais convivencias com estas mulheres o que sei e vi é mulheres carecas, trançadas e crianças com cabeças feridas pelo uso de químicas.os cabelos trançados nas fotos nos enganam.
abraços. Nadir Nóbrega

selasie disse...

sem duvida aqui veio a uma duvida que eu tenho a anos , se Deus prometeu a terra prometidas aos semitas Hebreicos , por até hoje eles não a posssuem , bem acho agora que a revolução seria um presidente hebreico em israel , bem acho que eu não estarei vivo para ver ......... um abraço irmão

Ronaldo Alves disse...

"Yahoshua está voltando e restaurando o seu verdadeiro povo."

Quem é o povo verdadeiro? Os de pele preta? Não cairíamos, nós, pretos, num racismo também?

Amanda Oliveira disse...

Esta comunidade de hebreus crê em YAHUSHUA como Mashiach? Gostaria de saber...

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