Por Walter Passos,
Teólogo, Historiador, Poeta, Pan-africanista e Afrocentrista
Ouço comentários todos os dias que as religiões de matrizes africanas são “redutos” de homoafetividade. Essa afirmação é verdadeira ou mais uma forma de tentarem com o machismo discriminarem a reverencia a nossa ancestralidade? A homoafetividade pode ser proibida por filosofia ou opção religiosa?
Conheci diversos estudantes de teologia homoafetivos e pastores de diversas denominações do protestantismo histórico, pentecostais e neopentecostais. A homoafetividade ainda é um grande tabu na nossa sociedade. Não vou emitir opiniões sobre as determinações de religiões, apenas os sofrimentos de pessoas homoafetivas que sentem necessidade de continuarem no cristianismo ou no islamismo e pagam o preço por suas opções religiosas.
O escritor Adam Clayton Powell Jr escreveu na revista Ebony de novembro - 1951 sobre um fato ocorrido no ano de 1920 em uma cidade não informada dos USA. O pastor de nome não citado o qual ficou angustiado com a morte do seu jovem assistente (provavelmente pastor auxiliar) o qual ele considerava bonito e belo macho.
“Descrevendo o funeral, Powell enfatizou a voz do pregador trêmula, seus olhos encharcados de lágrimas, seu corpo tremendo, e sua tentativa de saltar para a sepultura com o caixão”.
Conforme Powell o reverendo soluçava amargamente pela perca do seu amante, relembrando os diversos anos de convivência. O fato interessante era o conhecimento da comunidade religiosa sobre o relacionamento amoroso desses dois líderes cristãos.
Segundo Powell “Toda a comunidade sabia sobre ele, no entanto o ministro era e é hoje um dos mais poderosos e ' respeitáveis ' pastores pretos em toda a América”.
O que a caríssima ledora e ledor acham desse fato? É correto as igrejas cristãs proibirem a homoafetividade enquanto diversas lideranças e membros de ambos os sexos praticam essa forma de amor?
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