Por Walter Passos - Historiador
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A
cultura ocidental, suas historiografias e mitologias são repletas de apropriações dos
conhecimentos africanos, como há muito já denunciam grandes estudiosos
africanistas e outros que incessantemente buscam divulgar a verdade histórica
ocultada pelo eurocentrismo e maquiada pelo poderio político caucasiano. Dessa
forma, é necessária muita cautela e um olhar clinico para diagnosticar o que se
foi copiado e possui sua fonte de desenvolvimento alterada.
Destaca-se,
nesse processo, a Civilização Helênica – berço da cultura ocidental - que se
apropriou das criações e do conhecimento da antiga civilização de Kemete (Egito),
alguns daqueles plágios podem ser encontros descritas em outras publicações desse
blog.
Quem
não conhece o mito da Phoenix, retratado em poesias, músicas, peças teatrais e tantas
outras manifestações durante milênios e ensinado nas escolas como originário da
Grécia? Esse fato é puramente verdadeiro? Neste artigo iremos discorrer sobre a
verdadeira origem desse mito, que não é grego, mas sim originário dos antigos
africanos e copiado e modificado pelos antigos gregos.
O
pássaro Benu criou-se a partir de um fogo que ardia no topo de uma árvore
persea sagrada e descansou na pedra Bem ben, uma coluna de pedra em forma de
pirâmide (obelisco), que se tornou o mais sagrado símbolo adorado na cidade de Heliópolis.
O
pássaro Benu, relacionado com três deuses importantes da cosmogonia Kemita: Atum
(o deus da criação), Ra e Osíris e identificado como uma garça com sua parte
traseira reta longa e cabeça adornada na parte de trás com duas penas eretas, foi
mais tarde chamado de Phoenix (Fênix) pelos gregos.
Seu
nome significa "subir", "aumento do brilho" ou
"brilho" e diversas descrições do pássaro variando em cores e tipos
de aves foram encontradas. Dentre elas,
podemos citar algumas: representado por uma garça-real com um longo bico reto,
e uma crista de duas penas, (segundo o Livro dos Mortos, seria a manifestação
física de Ra e Osíris) e um falcão dourado com uma cabeça de garça.
Interessante
ressaltar que arqueólogos descobriram os restos de uma garça-real muito maior
do que as comumente encontradas que vivia na área do Golfo Pérsico há 5.000
anos. A ave pode ter sido vista por viajantes kemitas e provocado a lenda de
uma grande garça que aparecia uma vez a cada 500 anos em Kemete.
Benu
está presente nas seguintes mitologias Kemetianas:
Criação do mundo - Estava presente antes da criação do mundo na água
do caos Nun e com seu grito quebrou o silêncio primordial e isso determinou o
que era e o que não era para ser desenvolvido na criação. Seu grito também
criou o tempo e o dividiu da seguinte forma: há 24 dias horas com 12 horas
tanto para o dia quanto para noite, os dez dias que compunham a semana egípcia,
o mês de trinta dias, o ano de 12 meses (365 dias) e os períodos de 1460 anos
em que a civis e calendários astronômicos divergiram e coincidiu novamente. Trouxe
vida e luz para o mundo. Há profundas semelhanças no livro de Bereshit (Gênesis)
1:18.
A Árvore da Vida, também conhecida como a árvore de Persea ou
a Árvore tada, sendo a sua morada. O fruto da Árvore da Vida deu a vida eterna
e o conhecimento do "plano divino", um mapa do destino, um
quebra-cabeça profético.
Notamos
a semelhança dos escritos do primeiro livro, Bereshit do Torá (livro de Gênesis)
que relata a árvore da vida e do conhecimento.
Senhor dos Jubileus - Renova-se a cada manhã como o sol nascente, personificação
do eterno Deus-Sol.
A Estrela da Manhã de Ra - O planeta Vênus foi chamado de "estrela
do navio de Benu-Ausar“ (Osiris), citado como a Estrela da Manhã nesta
invocação ao sol.
Representação do deus Osíris - Benu também fora representado como uma manifestação
de Osíris ressuscitado representado no salgueiro sagrado.
Livro dos Mortos - onde está escrito: "Eu sou o pássaro
Benu, o coração-alma de Ra, o guia dos deuses para o Duat”. Existem fórmulas
para transformar o falecido na Grande Bennu. Há outro trecho que o falecido
diz: “Eu sou o Bennu, a alma de Ra, e o guia dos deuses do Tuat”. Em outro
verso, ele diz: "Eu sou puro. Minha pureza é a pureza da Grande Bennu que
está na cidade de Suten-henen.”
Heródoto,
pai da história branca, escreveu sobre o pássaro Bennu considerando-o, obviamente,
como uma apropriação para a estruturação do surgimento da Phoenix na mitologia
grega. Heródoto, ainda, passa a registrar que o Bennu a cada 500 anos carregava
o corpo embalsamado de seu pai em um ovo de mirra.
Assim
como o Benu, a história da África necessita renascer das cinzas e do ostracismo
em que foi lançada pelo eurocentrismo.
ACESSE PRETAS POESIAS:
Como eles (brancos/ocidentais) dizem, de acordo com o livro que consideram sagrado (a bíblia): conhecereis a verdade e a verdade vos libertará: Jo,8:34
ResponderExcluirOlá! Me interesso muito pela mitologia egípcia e achei o texto sobre Benu fantástico. Poderiam me fornecer as fontes da pesquisa, para que eu faça um maior aprofundamento?
ResponderExcluirAgradeço desde já!
Olá! Me interesso muito pela mitologia egípcia e achei o texto sobre Benu fantástico. Poderiam me fornecer as fontes da pesquisa, para que eu faça um maior aprofundamento?
ResponderExcluirAgradeço desde já!