terça-feira, 9 de abril de 2019

ESTUPRO DOS HOMENS PRETOS NA ESCRAVIDÃO

                                                                   Walter Passos 

Teólogo, Historiador, Poeta,
Afrocentrista e Pan-africanista






Há momentos nos quais eu reluto em escrever sobre as atrocidades da escravidão. Cá no meu canto, paro e reflito: As maldades da civilização branca que nos calunia como demônios devem ser reveladas?
-O meu intimo, o respeito à memória dos meus ancestrais, a minha responsabilidade como pai, avô, historiador e um preto orgulhoso, gritam bem alto que sim.
Eu acredito muitas outras coisas as quais estão além da nossa imaginação ocorreram durante a escravidão.
O homem africano sempre foi temido e invejado pelo homem branco por diversos motivos: beleza, superioridade física, por ser mais atraente para as mulheres, por ser detentor de uma história civilizatória superior, entre tantas outras virtudes. 
Com a invasão do continente africano, o sequestro e a escravidão nas Américas, os africanos e seus descendentes criaram diversos mecanismos de defesas e resistências contra a maldita escravidão. Entre elas, as fugas individuais e coletivas, formação de quilombos, insurreições urbanas e rurais e justiçamento dos homens brancos e seus familiares.
Essas resistências afetavam a lucratividade dos escravizadores e aumentavam o animo de resistência entre os africanos e seus descendentes, apesar dos diversos métodos de dominação e submissão que foram impostos. Destacamos a catequese e a evangelização, os quais até hoje fazem os africanos nas Américas adorarem os deuses dos assassinos dos seus ancestrais, e amaldiçoarem a própria ancestralidade em um vergonhoso branqueamento atípico na história mundial. 
Os castigos, inclusive de cozinhar os escravizados em águas ferventes, criar “fazendas de criatórios” para abuso sexual de crianças, o desrespeito às forças das naturezas e aos ancestrais, o estupro de suas mães, esposas e filhas, a morte não afetavam a mente e a disposição dos nossos maravilhosos ascendentes. Tornou-se necessário para os brancos afetar psicologicamente os nossos valorosos ancestrais e atacaram covardemente a masculinidade com as castrações e uma forma bizarra e demoníaca objetivando impor o terror nos homens pretos: O estupro. 
Os homens brancos foram os maiores estupradores da história da humanidade. Foram os mais violentos e destruidores de civilizações e afetaram o ecossistema terrestre que dificilmente poderá ser recomposto. 
Uma história vergonhosa que deve ser dita aos quatro ventos da terra. A inveja e o ódio fizeram com que valorosos guerreiros pretos em um sinistro ritual, na presença das suas esposas, filhas e filhos, mães e pais, amigos de infortúnio, eram espancados e depois estuprados por um ou diversos homens brancos para quebrar a sua masculinidade e tentar apagar a resistência. 
A maldade era tão grande, pois os filhos do escravizado desafiador eram obrigados a ficarem na frente e no centro, enquanto os atos horríveis estavam ocorrendo em um esforço para destruí-los mentalmente em tenra idade, enquanto eles testemunhavam a humilhação de seu pai. 
Era uma grande festa branca! Vinham senhores de outras fazendas e seus familiares e se divertiam, cantavam e bebiam vendo os pretos serem estuprados. Então o bom cristão (homem branco) obrigava o escravizado usar a calça embaixo do traseiro, deixando os outros saberem que ele havia sido estuprado.

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