sábado, 29 de julho de 2017

ORISA E MISANDRIA




 Por Walter Passos,

Teólogo, Historiador, Poeta,
Afrocentrista e Pan-africanista



Parabenizo as mulheres ao exporem os motivos de combate ao machismo, ao patriarcado e a misoginia, pautados em todas as violências históricas, especialmente ocidentais e pós-invasão do continente africano e imposição do islamismo e do cristianismo. 
Há coisas incompreensíveis para mim : 
- As mulheres podem tecer comentários e análises sobre os homens Mas, se os homens realizarem qualquer comentário são chamados de machistas.
Não me importo o que vão comentar sobre mim. Vivi algumas experiências não agradáveis no mundo virtual. Há alguns anos, grupos neonazistas pediram que eu fosse assassinado ao lerem um texto da minha autoria, onde afirmei o conceito dos antigos hebreus de que o castigo para o pecado era se tornar branco. Publicaram:
-Matem Walter Passos o maior racista brasileiro!
Há uns anos atrás fui epitetado de “Estuprador” por causa de um poema erótico dedicado a minha preta. Algumas irmãs tiveram que intervir ao ataque. Eterno agradecimento!
A Misandria é uma maneira bem radical de tentar resolver as diferenças de gênero na nossa sociedade. Ressalto que é compreensível, as mulheres não são mais as vítimas silenciosas.
Notei como a misandria, uma palavra de origem grega, está entorpecendo as mentes de algumas mulheres pretas no que tange a relação da espiritualidade. Há alguns anos atrás estudiosos (os) descobriram uma esposa para o Eterno, chamada de Asherah. Porque não aceitam uma divindade masculina.
Imagino a ideia de masculinidade em relação às divindades de muitos povos africanos se não já são questionadas, em breve ocorrerá. Vão questionar Olodumare, Nzambi Mu Pungu...
Ontem, lendo um comentário de Jonathan Africanidades, fiquei perplexo ao saber de uma preta, a qual questionava mulheres serem iniciadas para Orisa Oboró, porque se assim fizerem é se submeter ao patriarcado.
Em breve, adeptas da misandria irão criar terreiros onde haverão iniciadas somente de energias ditas femininas (energias possuem gênero?).
A experiência das religiões de matrizes africanas nos mostra que há um equilíbrio muito gostoso e didático nas nossas vidas. Não importa se temos uma dona ou um dono de ori. O importante é que a nossa ancestralidade não conhecia e nem praticava a misoginia ou a misandria. Essas coisas não são de origem africana. Não ajuntam, espalham! São coisas de branco!

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