domingo, 21 de abril de 2013

BENU – A ORIGEM AFRICANA DA FÊNIX





 









Por Walter Passos - Historiador
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A cultura ocidental, suas historiografias e mitologias são repletas de apropriações dos conhecimentos africanos, como há muito já denunciam grandes estudiosos africanistas e outros que incessantemente buscam divulgar a verdade histórica ocultada pelo eurocentrismo e maquiada pelo poderio político caucasiano. Dessa forma, é necessária muita cautela e um olhar clinico para diagnosticar o que se foi copiado e possui sua fonte de desenvolvimento alterada. 

Destaca-se, nesse processo, a Civilização Helênica – berço da cultura ocidental - que se apropriou das criações e do conhecimento da antiga civilização de Kemete (Egito), alguns daqueles plágios podem ser encontros descritas em outras publicações desse blog.

Quem não conhece o mito da Phoenix, retratado em poesias, músicas, peças teatrais e tantas outras manifestações durante milênios e ensinado nas escolas como originário da Grécia? Esse fato é puramente verdadeiro? Neste artigo iremos discorrer sobre a verdadeira origem desse mito, que não é grego, mas sim originário dos antigos africanos e copiado e modificado pelos antigos gregos. 




O pássaro Benu criou-se a partir de um fogo que ardia no topo de uma árvore persea sagrada e descansou na pedra Bem ben, uma coluna de pedra em forma de pirâmide (obelisco), que se tornou o mais sagrado símbolo adorado na cidade de Heliópolis.

O pássaro Benu, relacionado com três deuses importantes da cosmogonia Kemita: Atum (o deus da criação), Ra e Osíris e identificado como uma garça com sua parte traseira reta longa e cabeça adornada na parte de trás com duas penas eretas, foi mais tarde chamado de Phoenix (Fênix) pelos gregos.

Seu nome significa "subir", "aumento do brilho" ou "brilho" e diversas descrições do pássaro variando em cores e tipos de aves foram encontradas.  Dentre elas, podemos citar algumas: representado por uma garça-real com um longo bico reto, e uma crista de duas penas, (segundo o Livro dos Mortos, seria a manifestação física de Ra e Osíris) e um falcão dourado com uma cabeça de garça.

Interessante ressaltar que arqueólogos descobriram os restos de uma garça-real muito maior do que as comumente encontradas que vivia na área do Golfo Pérsico há 5.000 anos. A ave pode ter sido vista por viajantes kemitas e provocado a lenda de uma grande garça que aparecia uma vez a cada 500 anos em Kemete.


Benu está presente nas seguintes mitologias Kemetianas:

Criação do mundo - Estava presente antes da criação do mundo na água do caos Nun e com seu grito quebrou o silêncio primordial e isso determinou o que era e o que não era para ser desenvolvido na criação. Seu grito também criou o tempo e o dividiu da seguinte forma: há 24 dias horas com 12 horas tanto para o dia quanto para noite, os dez dias que compunham a semana egípcia, o mês de trinta dias, o ano de 12 meses (365 dias) e os períodos de 1460 anos em que a civis e calendários astronômicos divergiram e coincidiu novamente. Trouxe vida e luz para o mundo. Há profundas semelhanças no livro de Bereshit (Gênesis) 1:18.

A Árvore da Vida, também conhecida como a árvore de Persea ou a Árvore tada, sendo a sua morada. O fruto da Árvore da Vida deu a vida eterna e o conhecimento do "plano divino", um mapa do destino, um quebra-cabeça profético.
Notamos a semelhança dos escritos do primeiro livro, Bereshit do Torá (livro de Gênesis) que relata a árvore da vida e do conhecimento.


Senhor dos Jubileus - Renova-se a cada manhã como o sol nascente, personificação do eterno Deus-Sol.

A Estrela da Manhã de Ra - O planeta Vênus foi chamado de "estrela do navio de Benu-Ausar“ (Osiris), citado como a Estrela da Manhã nesta invocação ao sol.

Representação do deus Osíris - Benu também fora representado como uma manifestação de Osíris ressuscitado representado no salgueiro sagrado.

Livro dos Mortos - onde está escrito: "Eu sou o pássaro Benu, o coração-alma de Ra, o guia dos deuses para o Duat”. Existem fórmulas para transformar o falecido na Grande Bennu. Há outro trecho que o falecido diz: “Eu sou o Bennu, a alma de Ra, e o guia dos deuses do Tuat”. Em outro verso, ele diz: "Eu sou puro. Minha pureza é a pureza da Grande Bennu que está na cidade de Suten-henen.”

Heródoto, pai da história branca, escreveu sobre o pássaro Bennu considerando-o, obviamente, como uma apropriação para a estruturação do surgimento da Phoenix na mitologia grega. Heródoto, ainda, passa a registrar que o Bennu a cada 500 anos carregava o corpo embalsamado de seu pai em um ovo de mirra. 

Assim como o Benu, a história da África necessita renascer das cinzas e do ostracismo em que foi lançada pelo eurocentrismo.
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