Walter Passos - Historiador
E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br
Em pleno século XXI - no ano de 2013 -, em uma escola pública, Ritinha, com seis anos de idade e no segundo
ano do ensino fundamental, pretinha e belíssima,
assume a sua religiosidade de origem africana de forma contundente e não nega o
aprendizado no terreiro.
Ela faz parte de um número incontável de crianças pretas oriundas e pertencentes do candomblé que já nos primeiros anos do ensino fundamental conhecem o outro lado: o mundo das escolas públicas ou privadas que não respeitam e nem admitem as religiões de matrizes africanas, em seus estudantes ou em sua pedagogia.
Ela faz parte de um número incontável de crianças pretas oriundas e pertencentes do candomblé que já nos primeiros anos do ensino fundamental conhecem o outro lado: o mundo das escolas públicas ou privadas que não respeitam e nem admitem as religiões de matrizes africanas, em seus estudantes ou em sua pedagogia.
A professora de Ritinha é uma
mulher preta, em uma localidade onde a maioria das crianças é de terreiro, mas
assume a religião cristã, de vertente evangélica.
As mães vão à reunião de pais e professores ostentando
os colorares que não escondem a opção religiosa africana.
Professoras evangélicas afirmam
que Ritinha apresenta problemas de comportamento e aprendizado, cujo motivo único
seria a prática do candomblé dela e de sua família.
Constantemente, a professora diz
em sala de aula:
- Ritinha, você não aprende porque
está cheia de demônios do candomblé! Por isso, você é perturbada e não aprende
nada.
Nesse ínterim, a criança começou
a ser tratada diferentemente pelas demais da sua turma, que começaram a chamá-la
de endemoniada e a discriminá-la.
Ritinha, no entanto, não se abateu. Em rechaço as discriminações, certo dia levou talco para a sala de aula e o soprou nas coleguinhas. Todas ficaram assustadas pensando ser uma espécie de pemba, inclusive a professora.
Então, Ritinha disse:
- Se vocês têm medo de mim, agora
que vão ter mesmo!
Após o incidente, ela também diz
que vai colocar o nome de algumas coleguinhas – as que mais reproduzem o
discurso da professora - na encruzilhada
ou que vai fazer ebós. Estratégias de defesa que ela possui em reação a
discriminação fomentada pela professora dentro da sala de aula.
Em que terra estamos? Uma
professora que deveria pregar a paz e ensinar a diversidade cultural e
religiosa é o agente da discriminação e de uma educação excludente.
Por mais que pareça engraçado,
esse fato ocorre em uma localidade da Bahia e essa criança de nome fictício continua
a sofrer discriminação e perseguição porque é seguidora de candomblé.
É dificil de acreditar que no mundo que vivemos hoje. Onde as pessoas lutam por direitos individuais e coletivos, esse tipo de discriminações ainda aconteçam. E que pricipalmente, contra as crianças que tanto se defende públicamente mas, nos ambientes retritos, se prevalecem de força e abuso deF autoridade. ABAIXO A HIPOCRISIA!!!Racismo e discriminação não são mal entendidos.
ResponderExcluirÉ dificil de acreditar que no mundo que vivemos hoje. Onde as pessoas lutam por direitos individuais e coletivos, esse tipo de discriminações ainda aconteçam. E que pricipalmente, contra as crianças que tanto se defende públicamente mas, nos ambientes retritos, se prevalecem de força e abuso deF autoridade. ABAIXO A HIPOCRISIA!!!Racismo e discriminação não são mal entendidos.
ResponderExcluirNesse momento de reivindicações precisamos levar ao Estado as nossas reivindicações de proibição das igrejas religiosas de todos os matizes, tais como católicas e espíritas, que reproduzem estigmas contra a cor negra, no sentido das escolas serem laicas e não interferirem em questões religiosas, bem como professá-las nas salas de aula. Por causa do voto desses setores é que o Estado permite a barbárie que está sendo perpetrada contra as religiões de matrizes africanas. ana Celia da Silva
ResponderExcluirSó tenho uma pergunta: Foi realizado um boletim de ocorrência?
ResponderExcluirHá um entendimento geral que o momento não é mais de discutir o racismo, mas sim, puni-lo.
Tive que reproduzir o comentário acima, do "Anônimo": "Há um entendimento geral que o momento não é mais de discutir o racismo, mas sim, puni-lo".
ResponderExcluirEu acredito que alguns educadores precisam se atualizarem com referência as várias questões; principalmente a Religiosidade o
ResponderExcluirpreconceito e o Racismo tão evidente em nossa sociedade
Ana Maria.