quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

ABORTO - FALTA DE AFETIVIDADE AFRICANA E QUEBRA DA ESPIRITUALIDADE ANCESTRAL



Por: Ulisses Passos, 19 anos, Acadêmico de Direito, Pan-Africanista e Presidente do CNNC/BA. Pseudônimo: Aswad Simba Foluke. E-mail: ulisses_soares@hotmail.com


Há muitos anos, o Movimento Negro Brasileiro levantou suas vozes contra a esterilização de mulheres pretas no Brasil tendo um enfrentamento muito sério, especialmente de organizações na Bahia, defendendo o direito à vida e continuidade de existir como povo. Nos últimos tempos, vozes do Movimento Negro defendem não somente o chamado planejamento familiar como forma de minorar a pobreza do nosso povo, como também a descriminalização do aborto, como forma de evitar milhares de mortes de adolescentes pretas no Brasil anualmente.
O aborto é a terceira causa de mortalidade materna no Brasil, tornando-se um problema de saúde pelo elevado índice de mortes prematuras de jovens pretas.
O Dossiê da RedeSaúde apresenta o seguinte quadro sobre a Violência nos serviços de Saúde:
“Muitas mulheres que se dirigem aos serviços de saúde enfrentam um atendimento marcado pela violência. Não são raros os relatos de casos de curetagem sem anestesia, quando em início de aborto; tratamento preconceituoso, negligência e maus-tratos nas situações de aborto provocado; falta de esclarecimentos e orientação adequada; exames ginecológicos feitos com pouco cuidado; falta de privacidade quando examinadas; abuso sexual por parte dos profissionais e tratamento preconceituoso em casos de violência sexual.”
Acesse o Dossiê no site:
http://dhnet.org.br/dados/relatorios/dh/br/jglobal/jglobal2000/mulheres2000.html#_ftnref15
A feminilização e racialização da pobreza no Brasil têm sido alvos de diversos estudos de militantes pretas e a tangência de desinformação é preocupante das mulheres que são levadas por diversas circunstâncias a prática da interrupção da gravidez. O CNNC/BA como organização Panafricanista, Afrocentrista e defensora do Cristianismo de Matriz Africana possui uma postura religiosa, e principalmente africana, na concepção sobre a vida se manifestando contra a prática do aborto.
Este ano de 2008, o CNNC/BA promove o ano da Família Preta, contra sua deterioração e preocupado com a sua reestruturação segundos os modelos da africanidade, buscando na reeducação do homem e da mulher preta o respeito à sua família preta. Sendo assim, a discussão que ventilaremos será sobre a nossa concepção de fé de pretas e pretos cristãos e nosso amor pelo povo preto no planeta. Dessa forma, iremos versar sobre o assunto que está intrinsecamente ligado a deterioração de família preta: O Aborto.
Para compreendermos o chamado planejamento familiar como forma de minorar a pobreza, Tornar-se-á indispensável ventilarmos sobre a teoria do britânico, pastor anglicano, demógrafo, professor de história e de economia política: Thomas Robert Malthus.
Malthus foi o primeiro a desenvolver uma teoria populacional relacionando crescimento populacional com a fome. Ele afirmou que dadas às condições médias da terra agrícola, que os meios de subsistência, nas mais favoráveis circunstâncias, só poderiam aumentar no máximo, em progressão aritmética: 1>2>3>4>5>6>7>8>9>10>11>12>13>... por toneladas de alimentos. Enquanto que a população humana aumenta em progressão geométrica: 2>4>8>16>32>64>128>... milhões de pessoas a mais. Com base nessa observação, a teoria malthusiana defende o controle da natalidade. Thomas Malthus trabalhou sob as “leis” da inevitabilidade biológica de uma superpopulação humana e afirmou que a economia do século 19 não daria conta de prover os meios necessários para alimentar todos. É com base nessa Teoria que se funda as bases do chamado controle de natalidade.
Leia mais sobre a Teoria Malthusiana:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_Populacional_Malthusiana
O ABORTO E Á FILOSOFIA EUGENISTA
A Eugenia é a filosofia mais intrínseca do aborto, tendo suas bases lançadas na Europa para explicar cientificamente o racismo.
O Primo de Charles Darwin e descobridor das impressões digitais humanas, o antropologista Francis Galton (1822 – 1911) cunhou o termo ideologia eugênica, em seu livro intitulado Inquires into Human Faculty, de 1883, inspirado pela obra do primo: A Evolução das Espécies, e da idéia da seleção natural, preconizou muitos estudos em conjunto com seu primo sobre antropologia, QI humano, doenças físicas e mentais possivelmente herdadas, fundando assim a ideologia da Eugenia, que defende mediante pesquisas cientificas a superioridade dos caucasianos em relação às outras raças, colocando o povo preto como a pior delas.
Arthur de Gobineau, outro grande teórico do racismo e eugenista, afirmava que a mistura de raças era inevitável e levaria a raça humana a graus sempre maiores de degenerescência física e intelectual. É-lhe atribuída a frase
"Não creio que viemos dos macacos, mas creio que vamos nessa direção".
Gobineau visitou o Brasil, dizendo que única saída seria o incentivo à imigração de "raças" européias, consideradas superiores, para “embranquecer” o Brasil e retirar dele os resquícios da população inferior que este abriga.
No Brasil, a eugenia teve grande importância no pensamento hegemônico que fundou o Estado Moderno, após a proclamação da República. Em certa medida, o movimento higienista e sanitarista, que teve Osvaldo Cruz (1872-1917) seu principal idealizador foi a base para o surgimento, em 1917, do pensamento eugênico no Brasil, por meio do médico Renato Kehl. Ambos defendiam a “limpeza étnico-racial”, o embraquecimento do Brasil, a esterilização das mulheres pretas, mestiças e indígenas e seu controle de natalidade, para aproximar o Brasil nos moldes do Estado Moderno Europeu.
Conforme Richard Miskolci (Pesquisador-Bolsista Recém-Doutor do CNPq associado ao Dep. de Sociologia da UNESP/Araraquara):
“Nancy Ordover nos recorda que considerar a eugenia como parte do passado é uma atitude irresponsável e perigosa. Em seu livro lançado recentemente nos Estados Unidos - American Eugenics: Race, Queer Anatomy, and the Science of Nationalism - a pesquisadora independente mostra que a eugenia não existiu apenas na Alemanha nazista, nem encontrou seu túmulo nos anais da pseudociência.
A eugenia continua viva com outros nomes e sob o pretexto de seguir objetivos distintos dos que nos legaram a vergonha das esterilizações em massa e das formas "científicas" de limpeza étnica. O Projeto Genoma, as pesquisas que buscam a determinação genética de comportamentos sexuais, além das experiências e práticas médicas que apelam para a necessidade de controle da natalidade são herdeiros diretos desta corrente científica.
O apelo das teorias eugênicas está em sua proteção do status quo e na insistência em remédios científicos e/ou tecnológicos para lidar com problemas que requerem mudanças sociais e institucionais profundas. Assim, a mudança social é rechaçada em nome da eliminação dos grupos que ameaçam a ordem estabelecida.”
Acesse toda análise do autor no site:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332003000200014&script=sci_arttext
Segundo Alexandre Machado Rosa, licenciado e mestrando em Educação Física pela Unicamp; membro do observatório de políticas públicas de esporte e lazer, o pensamento eugênico continua a ser reproduzido no Brasil, nos dizeres dele:
“No Brasil, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, reavivou velhas feridas históricas, ao declarar que é favorável ao aborto como forma de controle da violência e que as mulheres grávidas das favelas são “fabricas de marginais”. Por lançar declarações polêmicas e se referir às teses do livro Freakonomics, que segue a velha fórmula da antropologia criminal de Cesare Lombroso (1835-1909), Cabral pisou em terreno perigoso e colocou em risco seu histórico democrático. De quebra, fez coro com as declarações e ações racistas pelo mundo.
Outro personagem brasileiro que acaba fazendo eco numa proporção menor, é o médico Drauzio Varella. No dia 14.04.2007, publicou, na Folha de S.Paulo um artigo intitulado Tal qual avestruzes, no qual resgata uma resolução da World Scientific Academies, de 1993, que afirma: “A humanidade se aproxima de uma crise. Durante o tempo de duração da vida de nossos filhos, nosso objetivo deve ser o de atingir crescimento populacional igual a zero”.
Em um dos artigos, intitulado Os filhos deste solo, ele aponta uma visão determinista, condena a pobreza à não reprodução e evoca conceitos elaborados por Malthus, como a teoria da taxa de reposição - quando afirma que Para manter constante a população de um país, cada casal deveria ter dois filhos. Um para substituir a mãe quando ela morrer, e outro para substituir o pai. É a chamada "taxa de reposição"
.
Leia esse artigo sobre a Eugenia completo no site:
http://diplo.uol.com.br/2007-11,a2047
MARGARET SANGER: O MOVIMENTO FEMINISTA E A EUGENIA
Uma das mais influentes pensadoras e militantes do movimento feminista, que teve seu modelo importado para o Brasil, é também uma das maiores defensoras do racismo eugênico. Margaret Sanger (1879 – 1966), precursora do movimento feminista nos Estados Unidos, afirmava que “o leito matrimonial é a influência mais deletéria da ordem social e a maternidade é uma escravidão”, socialista, defensora da teoria malthusiana, e do controle de natalidade da população preta, nos seus dizeres dela: “raça inferior, materialmente e mentalmente pobre”.
Sanger foi diretora de publicação da Birth Control Review por mais de vinte anos, revista que defendia o controle de natalidade para a população que ela considerava inferior. Na mesma revista, Sanger escreveu em maio de 1919 : "Mais nascimentos entre as pessoas aptas e menos entre as não aptas, esse é o principal objetivo do controle da natalidade". A capa do número de novembro de 1921 dizia: "Controle da natalidade, para criar uma raça de puros-sangues!".
Em outras edições da Revista Birth Control Review, Sanger emite outras declarações eugênicas, todas tendo o povo preto como alvo:

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“O ato mais piedoso que pode realizar uma família numerosa por um de seus filhos menores, é matá-lo" (1920).
-
"Os serviços de maternidade para as mulheres dos bairros miseráveis são prejudiciais para a sociedade e para a raça. A caridade não faz senão prolongar a miséria dos inaptos" (1922).
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"Nenhuma mulher e nenhum homem terá direito de ser mãe ou pai sem uma licença de procriação” (1934).
Sanger, em 1929, criou para o Harlem, grande gueto preto na cidade
de Nova York, USA, o chamado PROJETO NEGRO, que pregava o Planejamento Familiar e o Controle de Natalidade da população. Palestrou nas Igrejas Pretas no Harlem convencidas do seu projeto de controle populacional, enganados pela promessa da redução da pobreza e de melhorias para o povo preto.
Paradoxalmente também palestrava para a WKKK (também conhecida como o Women's Ku Klux Klan ou Mulheres do Ku Klux Klan), um dos vários auxiliares da Ku Klux Klan, enaltecendo o controle de natalidade como forma de manutenção dos “puros-sangues”.
Interessante, abrir um parêntese, e informar que de três em três dias, mais pretos norte-americanos são mortos por aborto do que foram assassinados pela Ku Klux Klan em toda a sua história.

O ABORTO E AS IGREJAS PRETAS
Atualmente, as Igrejas Pretas Norte-Americanas estão desenvolvendo campanhas contra o aborto, afirmando se tratar de um enorme genocídio contra o povo preto.
Conforme o Pastor Howard Clenard Childress, Jr.,
“O aborto é a maior decepção que tem atormentado a Igreja Preta desde o próprio Lúcifer”.
Childress, Jr. tem liderado a campanha anti-abortista dentro dos USA. Segundo o site da Organização que ele é um dos organizadores, são dados:
- Entre 1882 e 1968, 3446 eram negros linchados nos Estados Unidos. Esse número é ultrapassado, em menos de três dias por aborto.
- 3 de cada 5 mulheres Afro-americanas grávidas interrompe sua gravidez.
- Desde 1973, tem havido mais de 13 milhões de crianças pretas mortas e suas mães vitimadas pela indústria do aborto nos Estados Unidos.
-Com 1 / 3 de todos os abortos realizados em mulheres pretas, a indústria do aborto recebeu mais de 4.000.000.000 (sim, bilhões) de dólares da comunidade negra.
Conforme relato de Erma Clardy Craven (falecido) líder no movimento social pelos Direitos Civis:
“Vários anos atrás, quando 17000 bebês abortados foram encontrados em um deposito do lado de fora de um laboratório de patologia em Los, Angeles, Califórnia, foram observadas cerca de 15000 serem de ser bebes negros".
Acesse o site do BlackGenocide:
http://www.blackgenocide.org/home.html
A IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS APÓIA O ABORTO.
Atualmente, declarações da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record de Televisão, apoiando o Controle de Natalidade e a prática do Aborto, têm sofrido árduos ataques.
De acordo com o site: O Verbo - Noticias Cristãs - em entrevista à Revista Veja, o Bispo Supremo da Universal, Edir Macedo, diz que “a criança não vem pela vontade de Deus”, portanto cabe à mulher decidir pelo nascimento.
Confira trecho da Entrevista à Revista Veja:
FO LHA — Em sua biografia, o Sr. defende o aborto. Atualmente, a Record e a Record News exibem campanha pelo aborto. Por quê?
MACEDO — Sou favorável à descriminalização do aborto por muitas razões.
1) O que os que são contra o aborto têm feito pelas crianças abandonadas?
2) Por que a resistência ao planejamento familiar? Acredito, sim, que o aborto diminuiria em muito a violência no Brasil, haja vista não haver uma política séria voltada para a criançada.
FOLHA — “Deus deu a vida e só Ele pode tirá-la”, segundo a Bíblia. Não é contraditório um líder cristão defender o aborto?
MACEDO — A criança não vem pela vontade de Deus. A criança gerada de um estupro seria de Deus? Não do meu Deus! Ela simplesmente é gerada pela relação sexual e nada mais além disso. Deus deu a vida ao primeiro homem e à primeira mulher. Os demais foram gerados por estes
O que a Bíblia ensina é que se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz do que ele (Eclesiastes 6.3). Não acredito que algo, ainda informe, seja uma vida.
Acesse o Site com a Entrevista:
http://juliosevero.blogspot.com/2007/10/revista-veja-confirma-posio-pr-aborto.html
O ABORTO E A ESPIRITUALIDADE AFRICANA
O Brasil é o campeão mundial em concentração da riqueza: enquanto os 20% mais ricos acumulam bens e capital, 18% da população detém a miséria absoluta, numa diferença de 32 vezes entre os opostos.
Infelizmente, o discurso caucasiano feminista tem-se confundido com a africanidade, muitas vozes são mais brancas do que as vozes daqueles que retiraram a vida de milhões de crianças na África e conseqüentemente nos levaram a pobreza e diretamente retira o direito a vida do nosso povo.
O aborto é uma questão política do povo preto e não pode ser discutido sem levar em conta os fatores da pobreza, sobrevivência e espiritualidade. Há uma adjetivação de fundamentalismo e machismo quando se fala na questão do direito a existir como povo, como se fosse à concepção um ato somente feminino. Nas principais religiões do mundo a concepção não é exclusiva da mulher, mas, da mulher, do homem e de Deus, especialmente dos hebreus.
Qual será a concepção daquelas pessoas que apóiam o aborto? A concepção dessas pessoas é africana?
As pessoas do Movimento Negro que apóiam a pratica do aborto realmente têm um plano político contra a terceira maior causa de mortes das mulheres no Brasil? Será que disponibilizando clinicas especializadas em abortos nos bairros pobres, a situação da família preta irá melhorar?
A questão do aborto está especialmente sobre o foco da maternidade e paternidade responsáveis, não sendo simplesmente uma banalidade decisória de deixar ou não viver um ser africano.
O direito a vida do povo preto na África e na diáspora na concepção do CNNC/BA começa no feto e continua por toda a eternidade, porque somos um povo repleto de espiritualidade e continuidade original da criação divina. Quando Javé disse: Crescei-vos e multiplique-se, ele falou diretamente as populações pretas na África, não existia nenhum branco no planeta. Essa ordem expressa de Javé foi direcionada as populações pretas. E por mais que os caucasianos inventem teorias como a malthusiana, que digam que somos a causa da pobreza e da violência no mundo, que tenham medo da pobreza que criaram para o nosso povo aumente e afete as suas praias, seus locais de lazer, que inventem cotas de poder. Nada poderá impedir a promessa de Javé dita ao preto Abrão: a sua descendência será como a areia do mar e ninguém poderá contar.
As concepções de gestação e hereditariedade africanas têm que continuar vivos na militância preta independente das religiões, porque o direito a vida do povo preto e sua união é a maior bandeira do movimento panafricanista.
O aborto é condenado nos escritos Africanos bíblicos e é uma negação das mitologias africanas no Brasil. Desconheço pastores e pastoras pretas que apóiem essa pratica. Não conheço nenhuma história dos Orixás, Inquices e Vodunces, que coabite com a pratica do aborto. Conheço histórias de defesa da fecundidade, de defesa da vida e da procriação.

Em conversas a respeito da prática de Aborto na Comunidade Preta, um Ogãn de Candomblé me escreveu:
Nós, do Candomblé, somos contra o aborto porque seguimos aos desígnios de Olodumaré, Senhor Supremo da Criação, amamos a Olorum, o Senhor do Orum e como suas criaturas o respeitamos.
Exu- o dono dos caminhos, das estradas. Aquele que dá seguimento de vida tem no falo (pênis) o seu símbolo maior. Está ligado intrinsecamente a fertilidade.
Oxum - Dona das águas doces exerce no ventre materno uma função elementar que é a proteção do mesmo, assegurando a gestação da vida.
Oxalá- O Orixá maior, o Senhor do Alá, dono do branco, juntamente com Ajalá, criou o homem enquanto ser vivente.
Oxossi- Dono da caça e da fartura, garantidor do alimento que assegura a sobrevivência humana.
Yemanjá - Representada com os seios fartos. Pariu vários orixás, típica mãe africana.


ABIKÚ
A respeito da prática do Aborto, a ancestralidade africana dentro da Cultura Yorubana, desenvolve resquícios espirituais e físicos e tem no principio do ABIKU, a palavra já diz tudo: A = Nós; Bi = Nascer; Ku = Morrer [Nós nascemos para morrer], leia a citação abaixo:

"O legado dos antigos pelas suas crenças, histórias e ritos da sua prática religiosa e cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua sabedoria, com muita propriedade.
Em seu tempo, não há referências ao aborto, mas ao contrário, o esforço pela manutenção da vida, inclusive em quantidade.
Pela prática divinatória através do jogo de búzios, nos dias de hoje identificamos muitos desses abikús, que percebemos em uma segunda instância, muitos são "criados", passam a existir por ingerência do ser humano através do aborto, é até simples de entender e ver por uma ótica e lógica astral/espiritual a qual simplesmente não podemos deletá-la da nossa mente e inteligência, ou na pior das hipóteses, ignorá-la.
No instante em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, esta nova matéria existente já é provida de alma e espírito, que os cristãos chamam de "anjo da guarda" e os yorubanos de "orixá" (guardião da cabeça), este fenômeno consta na teologia Yorubana, na lenda de Ajálá, que será comentada.
Quando da execução do aborto propriamente dito, o ser humano supostamente, exerce o "seu direito" de eliminar aquele ser; mas somente a parte material, o corpo, por ele criado através do ato sexual de procriação, matando de forma definitiva o feto. Mas e o que por ele não foi criado, alma e espírito, onde fica, para onde vai? Esta análise via de regra não é feita ou levada em consideração, acaso haverá conseqüências? Seriíssimas, que aqui descrevemos com muita convicção, pautado nas mais diversas constatações através dos consulentes, por mais de duas décadas, dos sintomas pós-aborto, a presença daquela "figura" que aparece de uma forma genética, oriunda de gerações passadas, os que são provocados e voltam ainda na mesma geração, e os que voltarão em nossos descendentes, e da forma mais imprevisível possível.
A grande maioria de seres que nascem com deformidades, doenças graves, mortes prematuras... Tem grandes possibilidades de serem abikús fabricados pelo homem.
Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita possibilidade de ser um abikú que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de voltar em um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já há caso de aborto ou morte prematura, é bem possível.
As reações, mais da mãe que do pai, em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a dia são sintomáticas: desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá certo, nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas não "vão". É a influência daquele "ser", que contrariando as leis da natureza foi "fisicamente" eliminado, o qual fica gravitando num outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas.
Até mesmo por uma questão de justiça, não poderá um abikú que foi "gerado" por uma família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato irresponsável de outros, e percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor interna é maior que a dor física, a criança já nasceu daquela forma, para ela que não sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como se sente alguém normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal.
Esta situação pode e deve ser tratado no seu campo espiritual, o antigo nos legaram instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja: "enganar" os abikús; Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos é irreversível após o nascimento, mas se detectado ou informado o babalorixá ou yialorixá competente, pelo que foi descrita, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú, por meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com problemas sérios, que na realidade, nada mais é que um "retorno sob forma de castigo" de atos nossos ou de gerações passadas, de um processo que nunca foi tratado ou interrompido.
Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas, pois é algo ligado diretamente à natureza, e conseqüentemente ao Seu Criador, modifica-se ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque nenhuma religião da terra permite o aborto".
Leia sobre os Abikús no site:
http://www.geocities.com/pwpercio/abiku.html
Será que as pessoas que defendem o aborto acreditam realmente nas crenças e ensinamentos vindos da África? Ou desrespeitam os ensinamentos ancestrais?
Como tenho dito a influência caucasiana tem modificado as nobres concepções do nosso povo. A defesa do aborto é uma estratégia das populações brancas no mundo. Na Europa, países como a Alemanha e a Áustria estimulam o crescimento populacional. Eles têm medo das imigrações de pretos, porque roubaram as riquezas africanas, se enriqueceram com a África e exploraram os seus filhos, mudaram formas de viver e concepções de mundo e hoje quando a promessa está se cumprindo, defendem a morte dos nossos fetos, continuidades do povo de Deus espalhados em diversos continentes e em diversas religiões. A morte dos seres originais.

ABORTO E O CONNEB – CONGRESSO DE NEGRAS E NEGROS DO BRASIL –
Nos dias 21 e 22 de Abril de 2007, no SESC Venda Nova de Belo Horizonte/MG foi realizada a Assembléia Nacional do Congresso de Negras e Negros do Brasil. Nesta Assembléia foi estipulada a Monção número 6, que diz:
“... Partindo desta realidade as maiorias das mulheres realizam aborto inseguro (sem assistência médica nem orientação) é tratado de forma punitiva no ambiente hospitalar, possuindo perfil de mulheres pobres e em sua maioria jovem negras configurando-se numa reprodução do racismo institucional, e principalmente, do pensamento hegemônico do machismo que trata a mulher como ser inferior, incapaz de tomar decisões, se submetendo a uma realidade de que o pensamento judaico-cristão determina que toda mulher deve cumprir o papel de ser mãe e que sua vida seja reduzida ao universo do lar.
As jovens negras estão morrendo, devido um Estado que não discute sexualidade, diversidade sexual e os direitos reprodutivos.
Contra a política de abstinência sexual de Bush, pelo Estado Laico e contra o conservadorismo da saúde pública.”
Leia toda a monção no site:
http://www.overmundo.com.br/blogs/congresso-nacional-de-negras-e-negros-do-brasil
Esta monção foi erradamente formulada porque a prática do aborto é condenada pelas recriações de religiões de matriz africana no Brasil e em religiões de todo o mundo. Será que as matriarcas dos grandes e tradicionais Ilês da Bahia apóiam essa pratica? Será que Mãe Stella de Oxóssi, como Sacerdotisa de um dos Ilês mais famosos da Bahia (Ilê Asè Opó Afonjá), que iniciou a campanha contra o Sincretismo Religioso e Mãe Tatá do Terreiro da Casa Branca no Engenho Velho apóiam o aborto? Será que a doce Mãe Hilda do Ilê Asè Jitolu também apoia essa prática? O que será que dizem essas grandes matriarcas e detentoras do conhecimento ancestral africano?
O papel da maternidade é defendido dentro do candomblé e sem a defesa da maternidade e da vida não existe candomblé. O que tem ocorrido é que, sem permissão, as religiões de matriz africana são usadas para defender pontos de vistas sobre o aborto que não são as concepções da maioria dos Ilês no Brasil.

CONCEPÇÃO BÍBLICA SOBRE O ABORTO
A concepção bíblica, como as demais religiões de matriz africana, é a favor da manutenção da vida e contra à prática do aborto. Dentro da Filosofia Cristã a concepção da vida é composta por três personagens: Mãe, Pai e Deus, sendo que apenas D-us por ser o Senhor da Criação pode retirar a vida.
A concepção Bíblica contra o aborto começa com a orientação expressa de Javé pela procriação ainda no Jardim do Éden, na África, e pela construção da Família Preta. É inegável segundo as Escrituras que há existência e individualidade desde momento da concepção.
“Mas tu és o que me tiraste do ventre; o que me preservaste estando ainda aos seios de minha mãe. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.” Salmos 22:9-10.
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” Efésios 1:4-5.

Será que nós pretos e pretas devemos apoiar a prática do aborto? Será que devemos enquanto pessoas e enquanto povo apoiar essa prática? O que o leitor e leitora pensa sobre essa polêmica temática?


domingo, 13 de janeiro de 2008

OS MÓRMONS E OS NEGROS


Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrista e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: kefingfoluke@hotmail.com

O fundador da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) foi Joseph Smith em 1830.


Ele afirmou ter recebido algumas revelações de anjos, e por intermédio de um "enviado de Deus" o local exato onde encontraria um livro escrito em placas de ouro, que contava a história dos primeiros habitantes americanos. As placas "tiveram de ser devolvidas a Deus", mas sua tradução resultou no Livro dos Mórmons. Smith se considerava o verdadeiro representante de Deus. Ele apoiava a poligamia (homem com várias mulheres). Os mórmons declaram que a nova Sião será reconstruída no continente americano, através deles. Também atribuem ao Livro dos Mórmons à mesma importância da Bíblia.


A Primeira Visão - Deus o Pai e Jesus Cristo aparecem ao menino Joseph Smith Jr. na primavera de 1820


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Está escrito no Livro de Mórmon:
I Néfi 12: 22 e 23 -
E disse-me o anjo: eis que estes "degenerarão", caindo na incredulidade.
E aconteceu que vi que depois de haverem degenerado, caindo na incredulidade, tornaram-se um povo escuro, sujo e repulsivo, cheio de preguiça e tipo de abominações.
2 Néfi 5:21-25 -
E ele fez cair a maldição sobre eles, sim, uma dolorosa maldição, por causa da sua iniqüidade. Pois eis que haviam endurecido o coração contra ele de tal modo que se tornaram como uma pedra; e como eram brancos, notavelmente formosos e agradáveis, a fim de que não fossem atraentes para meu povo o Senhor Deus fez com que sua pele se tornasse escura.
E assim diz o Senhor Deus: Eu farei com que sejam repugnantes a teu povo, a menos que se arrependam de suas iniqüidades.
E amaldiçoada será a semente que se misturar com a semente deles; porque será amaldiçoada com igual maldição. E o Senhor assim disse e assim foi.
E por causa da maldição que caiu sobre eles, tornaram-se um povo preguiçoso, cheio de maldade e astúcia e procuravam animais de caça no deserto.
E o Senhor Deus disse-me: Eles serão um castigo para teus descendentes, a fim de fazer com que se lembrem de mim e se não se lembrarem de mim e não derem ouvidos a minhas palavras, castigá-los-ão ate que sejam destruídos.
Os Mórmons se dizem descendentes da tribo perdida dos filhos de José.
1 Néfi 5:14 que diz: E aconteceu que meu pai Leí, também descobriu nas placas de latão uma genealogia de seus pais; soube, portanto, que ele descendia de José, sim, aquele mesmo José e que fora vendido no Egito e que fora preservado pela mão do Senhor para que pudesse preservar seu pai, Jacó, e toda a sua casa, evitando que morressem de fome. E eles comeram do fruto que lhes confirmou a brancura em
1 Néfi 12:12-13 que diz: E eu, Néfi, vi também muitos da quarta geração que morrem em retidão. E aconteceu que vi as multidões da Terra reunidas. E em 1 Néfi 13:15 diz: E vi que o espírito do Senhor estava sobre os gentios e eles prosperam e receberam a terra por herança; e vi que eram brancos, muitos belos e formosos, como era meu povo antes de ser exterminado.
É interessante notar que José era um hebreu, sendo redundante dizer que era preto bisneto de Abraão que também era um preto. José casou-se com uma egípcia chamada Asenate ou Asenet, sendo assim, seus filhos Efraim e Manasses eram pretos e egípcios. Nisto está presente a incoerência dos mórmons, eles se dizem seguidores de uma tribo de Israel que vivia na América, e foi visitada por Jesus Cristo com certeza absoluta, não foi nenhuma tribo dos filhos de Israel, mas, um delírio do escritor do livro. Porquanto todas as tribos de Israel eram pretas.
Os Mórmons criaram a sua igreja e teologia centradas no equívoco, na discriminação racial, no desconhecimento bíblico e histórico.
Principal templo em Utah-USA, 60% da população de deste estado americano segue a religião mórmon.



Crianças e jovens africanos mórmons
Nas questões analíticas da fé mórmon os seus escritos são racistas, antipreto e anti¬evangelho de Jesus Cristo, e quando interpretam o livro de Gêneses dizem que existiram homens pré-adâmicos e identificam a serpente como um homem negro, que foi ao jardim do Éden e seduziu Eva e do fruto dessa relação nasceu "Caim" que é o filho da maldição e pai de todos os pretos. Por isso que eles afirmam que todos os pretos têm a pele preta para que possam ser identificados como seres distantes da descendência de Adão, permitindo o governo de Satanás e também afirmam em seus escritos que quem se misturar com a descendência de Caim, os pretos, será contaminado. Os Mórmons acreditam que os pretos não se originam de Deus e os brancos são a raça de Deus, filhos de Adão.
Os Mórmons dizem que os pretos podem aceitar o evangelho, contudo, de¬vem apresentar uma fé verdadeira, têm que ser sinceros e sendo batizados de¬vem ser fieis todos os dias da sua vida, sendo assim, poderão entrar no Reino Celestial onde serão empregados dos brancos.
Os mórmons também dizem que podem lavar com sabão o preto, sendo impossível limpar a marca da maldição e afirmam que foi o próprio Deus que a colocou, por culpa do próprio preto, devido o seu pecado na preexistência.
Em relação ao continente africano, em algumas publicações mórmon diz: Que foi Deus também que colocou os pretos para serem renegados, deixando cair uma cortina de ferro na África.

Algumas citações dos mórmons:
"Você vê alguns grupos da família humana são negros, desajeitados, feios, desagradáveis e baixos em seus costumes, selvagens e aparentemente sem a benção da inteligência que é normalmente dada à humanidade. O primeiro homem que cometeu o odioso crime de matar um de seus irmãos foi amaldiçoado por mais tempo do que qualquer outro filho de Adão. Caim matou seu irmão. Caim poderia ter sido morto e isto teria findado aquela linhagem de seres humanos. Mas não era para ser assim, e o Senhor pôs uma marca nele, que é o nariz chato e a pele negra. Siga a história da humanidade até após o dilúvio e ali uma nova maldição é lançada sobre a mesma raça — eles seriam 'servos de servos';
Journal of Discourses,
volume 7, páginas 290-291.

JOSEPH SMITH
Primeiro Profeta, Presidente e Fundador da Igreja Mórmon escreveu:
"Se eu tivesse algo a ver com o negro, eu os manteria limitados à sua própria espécie por lei rigorosa, e eu os colocaria num plano nacional de igualdade”.

History of the Church (História da Igreja), volume 5, páginas 218-219.

BRUCE R. McCONKIE
Membro do Quorum dos Doze Apóstolos da Igreja Mórmon ESCREVEU:
"
Aqueles que eram de menor valor na preexistência, e que, portanto tiveram certas restrições espirituais impostas sobre eles durante suas vidas mortais, são conhecidas por nós como negros. Tais espíritos foram enviados a Terra através da linhagem de Caim, sendo que a marca colocada nele devido a sua revolta contra Deus e o assassinato de Abel é a pele negra (...)
Missionário Mórmon na África.
"Degeneração racial, resultando em diferenças de aparência e em capacidade espiritual, têm surgido desde a queda. “Nós conhecemos as circunstâncias sob as quais a posteridade de Caim (e mais tarde de Cão) foi amaldiçoada com aquilo que chamamos características raciais negróides”.

Mormon Doctrine,
página 616


São centenas de citações racistas escritas pelos seguidores da religião Mórmon e tantas outras que encontramos no livro considerado sagrado por eles. Os mórmons agora já dizem aceitar pastores pretos, porque o próprio Deus revelou em 1978 que já era hora de levar o evangelho à África
e ao Brasil. Ao crescimento se acelerou desde o dia 9 de junho de 1978, quando o profeta mórmon Spencer W. Kimball declarou que homens de descendência Africana poderiam ser ordenados ao sacerdócio. Até aquela data, missionários mórmons normalmente evitavam brasileiros e pessoas pretas em outras partes do mundo, porque eles eram considerados “amaldiçoados para o sacerdócio” e desqualificados espiritualmente para posições de liderança importantes. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é extremamente ativa e crescente em todo o mundo.


O Templo de Porto Alegre, Brasil, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

No Brasil atualmente existem quase 1 milhão de membros. (928.926 membros da Igreja em 31 Dezembro 2006).Estima-se que mais de trinta mil obreiros são sustentados pelo Mormonismo.
Em Recife, no bairro Torre, está sendo construído um templo considerado o maior da América Latina. O Mormonismo é uma organização extremamente rica, com uma arrecadação anual estipulada em 5,9 bilhões de dólares e o patrimônio é avaliado em 30 bilhões de dólares.
Há quatro anos, a liderança internacional elegeu o Nordeste como prioridade para suas investidas, pois é aqui o lugar onde mais crescem fora dos Estados Unidos. O Brasil tem o terceiro maior número de mórmons no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do México. A Igreja Mórmon no Brasil também envia seus membros como missionários para outros países, como Moçambique e Angola.
Um dos candidatos que disputam as prévias pelo Partido Republicano a presidência dos Estados Unidos é da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias (Mórmon) Mitt Romney, governador de Massachusetts de 2003 a 2007,
Na Bahia encontramos centenas de mórmons, com templos em bairros predominantes de população preta, como o que está localizado no Sieiro-Liberdade em Salvador. E muitos pretos são propagadores dessa doutrina, com uma ideologia discriminatória que continua no livro dos Mórmons e nos escritos bem recentes dos seus teólogos.
Em uma comunidade do orkut cujo tema são os mórmons na discussão sobre racismo um membro colocou a seguinte questão:

Roddrigo
...
Está aí Raimunda, uma boa idéia.

O Livro de Mormon é racista e segundo a nossa constituição RACISMO é um dos dois crimes inafiançáveis e imprescritíveis... (O outro é o atentado contra o estado democrático de direito)
Logo ainda está em tempo de colocar o Livro de Mormon frente a Lei Brasileira.
Talvez alguém querai dirigir-se as Organizações Negras da Bahia e entrar em contato com o setor jurídico munido do livro de mormon bem como de outros comentários racistas provenientes do alto clero da Igreja!


http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=350064&tid=2502809268853734251&na=3&nst=91&nid=350064-2502809268853734251-2533071170315059242


sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

MAKEDA - A RAINHA DE SABAH


Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrista e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: kefingfoluke@hotmail.com


Os historiadores caucasianos não puderam mascarar e esconder a história da bela rainha preta relatada nos escritos hebreus ,cristãos e muçulmanos .Os escritos etíopes a chamam de Makeda e no Corão o seu nome é Balkis. Os primeiros pais da Igreja ,Orígenes e Jerônimo escreveram que ela foi uma rainha preta africana, também assim o fez Flavius Josephus, escritor judeu do 1º século.
A Bíblia conta a sua visita a cidade de Jerusalém, ao rei Salomão, em 1 Reis 10: 1 - "A rainha de Sabah ouviu falar da fama de Salomão e foi submeter o rei à prova por meio de enigmas. Chegou a Jerusalém com uma imponente comitiva de camelos carregados de perfumes; muito ouro e pedras preciosas."
A Rainha Makeda ou Balkis conheceu Salomão através do potente comércio realizado entre o Reino de Israel e as nações da época. A tradição diz que o rei Salomão encantado com a fama desta bela mulher preta,considerada uma das mais sábias, poderosas, belas e ricas Rainhas a convidou para visitar o reino de Israel. Aceitando o convite ela seguiu em viagem do reino de Sabah na cidade de Marib, no extremo sul da Península Arábica, a leste do mar Vermelho no Yemen para Jerusalém.
A cidade de Marib estava situada a 2000 metros de altitude rodeada de roseiras per­fumadas e nesse reino preto, não havia miséria. A população fora sadia e feliz.


Ruínas do templo Mahram Bilqis onde está sepultado o corpo de Makeda.

Contam às tradições que a Rainha de Sabah percorreu 4.800 m2 de deserto, se­guindo as rotas das caravanas e realizou a viagem em três anos e meio, levando consigo quase 800 camelos, burros e mulas, que foram carregados de pedras preciosas; diversos metais, inclusive ouro, especiarias, perfumes e animais. Estes presentes são confirmados em Reis 10:10- "Então a

Rainha de Sabah deu ao rei quatro toneladas de ouro, grande quantidade de perfumes e de pedras preciosas. Nunca houve tantos perfumes como os que a Rainha de Sabah trouxe para o rei Salomão."
Chegando a Jerusalém a tradição diz que ela passou seis meses no Reino de Israel, conta-se também que a Rainha de Sabah maldosamente foi insinuada de ser feiticeira, tendo um belo corpo e os pés de uma cabra. Então, o Rei Salomão mandou construir uma fonte de água feita dos mais belos mármores, peixes ornamentais lindos e plantas aquáticas, na frente ao seu trono, objetivando no momento que ela chegasse ficasse descalça. A bela Rainha chegou mais cedo do que o esperado; ele a observou, cuidadosamente a cada passo. Ela levantou a saia de fios de ouro e ficou descalça. Salomão contempla os mais lindos pés que já tinha visto da mais bela mulher da cor de ébano. Ficando apaixonado a primeira vista.
Passaram dias desafiando um ao outro com enigmas e conhecimentos científicos. Salomão a cada dia que passava aumentava o seu amor e desejo por Ma­keda.
Um dia antes de ela partir, foi preparado um grande banquete e colocado poderosos temperos afrodisíacos na comida. Salomão propôs a Rainha de Sabah um acordo, e disse:
- Nada do meu reino nesta noite você pode pedir ou pegar. Colocou no meio do quarto uma jarra de água. No meio da noite, a rainha com sede, conseqüência da alimentação picante, acordou e bebeu da água da jarra. Salomão disse:
-Você quebrou o acordo.
Ela respondeu:
- Apenas bebi a água, porque estava sedenta.
E ele respondeu:
- A água é o mais precioso bem do meu reino.
Makeda e Salomão se enamoraram, as últimas pesquisas exegéticas comprovam que ela foi a noiva do Cântico dos Cânticos e este livro de amor foi escrito em sua homenagem.
Cânticos 1:5-Eu sou preta e formosa
Após os seis meses, ela preparou-se para partir e ele entregou um sinete de ouro e os mais belos presentes que tinha no Reino de Israel. Quando ela partiu, Salomão sonhou que o sol não mais brilharia em Jerusalém e chorou, com o co­ração saudoso, refletiu sobre a existência e escreveu o livro de Eclesiastes.
Sem ambos saberem, ela estava grávida, e após nove meses e cinco dias nasceu um menino que foi chamado Al-Hakim-Hakim de lbn, “Filho do Homem Sábio" seu nome real era Menelik. Cresceu ouvindo de sua mãe historias de seu pai Salomão e aos trezes anos de idade completando a maioridade da tradição judaica, e em outras tradições relatam vinte e dois anos, ela o envia para Jerusalém com o sinete Real.
Quando chega a Jerusalém Menelik é reconhecido por Salomão e ungido com rei no Templo Sagrado, recebendo o nome de Davi, seu avô, sendo convidado a reinar depois da morte de seu pai em Israel. Menelik recusou, alegando que não poderia deixar o seu país e sua mãe. Salomão despediu-se do seu filho o qual foi acompanhado de diversos oficiais, sacerdotes, conselheiros e mil representantes de cada tribo de Israel para a Etiópia, entregando sobre a sua proteção o bem mais precioso dos hebreus :a Arca da Aliança, que até hoje se encontra na cidade de Axum. A Rainha de Sabah é considerada nos escritos bíblicos, a mulher mais sábia do Primeiro e do Segundo Testamento, só sendo superada em importância por Maria que gerou Yeshua. Makeda foi considerada uma mulher de extrema sabedoria e de fé. Em 1 Reis 10:9 ela diz: "Seja bendito Javé, o seu Deus, que foi benevolente e o colocou sobre o trono de Israel." E no evangelho de Mateus, Yeshua disse, em Mateus 12:42 : "A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo com essa geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é mais do que Salomão."
Na Igreja do Sagrado Sepulcro em Jerusalém há um afresco relembrando o amor de Salomão e Makeda.

O CNNC está disponibilizando por e-mail para você amada(o) leitor uma copia do Livro Kebra Nagast: A Glória dos Reis da Etiópia que relata a história de Salomão e a Rainha de Sabah, a conversão dos etíopes e a linhagem salomônica dos reis da Etiópia. Escreva para o e-mail do CNNC e adquira a sua cópia: cristaosnegros@yahoo.com.br

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